Odebrecht deve mais de US$ 120 milhões à Colômbia por casos de corrupção, diz governo
Companhia aponta "potencial ilegalidade de iniciativas de persecução a colaboradores"
A construtora Novonor, antiga Odebrecht, ainda deve ao governo da Colômbia mais de 494 bilhões de pesos colombianos (cerca de US$ 119,6 milhões) por danos causados por um esquema de corrupção de anos envolvendo políticos de alto escalão, informou a procuradoria-geral do país na quinta-feira (17).
Procurada pela CNN, a empresa diz que, por meio dos seus advogados, “avalia o teor do anúncio realizado pela autoridade colombiana, de que pretenderia iniciar um procedimento para imputar fatos supostamente delituosos a colaboradores vinculados à empresa”, e que “análises apontam para um cenário de potencial ilegalidade de iniciativas de persecução a colaboradores” (veja nota completa abaixo).
Em dezembro de 2020, o regulador de comércio da Colômbia também emitiu multas no valor total de 295,1 bilhões de pesos (US$ 84,5 milhões na época) contra membros de um consórcio liderado pela Odebrecht por quebrar regras de concorrência.
A Odebrecht esteve no centro do maior escândalo de corrupção da América Latina desde que admitiu em 2016 ter subornado autoridades em dezenas de países.
A empresa mudou seu nome em 2020 para Novonor em uma reformulação de marca após o escândalo de corrupção.
Na Colômbia, a empresa pagou cerca de US$ 30 milhões em propinas em troca de contratos de infraestrutura, segundo investigações da procuradoria-geral da Colômbia.
Um relatório do gabinete da procuradoria disse que 19 bilhões de pesos foram recuperados de um total de 514 bilhões de pesos em danos.
A Odebrecht foi premiada com um contrato na Colômbia para a construção de uma rodovia de 528 km em 2010, um acordo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,7 bilhão na cotação da época) que ganhou com o pagamento de propinas, segundo os promotores.
Leia a íntegra do posicionamento da Novonor sobre o tema:
A companhia, por meio dos seus advogados, avalia o teor do anúncio realizado pela Fiscalía colombiana hoje, de que pretenderia iniciar um procedimento para imputar fatos supostamente delituosos a colaboradores vinculados à empresa.
Tais fatos coincidiriam com os já relatados pela companhia e pelos colaboradores em acordos e outros procedimentos de cooperação realizados desde 2016 perante autoridades de diversas jurisdições, inclusive os Estados Unidos, Brasil e Colômbia.
Por essa razão, as análises apontam para um cenário de potencial ilegalidade de iniciativas de persecução a colaboradores e de violação a compromissos de limitação do uso das provas obtidas em contexto de colaboração ou cooperação internacional.
Estão sendo avaliadas as medidas a serem tomadas para proteção dos direitos das pessoas e da companhia.
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