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    Objetivo é favorecer o mercado interno, diz presidente da Petrobras sobre fim da paridade de preços

    Prates reforçou que fim da paridade na importação não significa que cotação internacional do petróleo deixará de ser referência na política de preços da estatal

    Tamara Nassifda CNN em São Paulo

    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira (16) que o fim da paridade internacional de preços do petróleo, anunciada mais cedo pela estatal, visa “favorecer o mercado interno”.

    “Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas. Vamos usar as vantagens que a Petrobras tem a nosso favor e a favor do nosso país, sem nos afastar da referência internacional de preços. É bom enfatizar que, quando digo ‘referência’, não é ‘paridade de importação'”, afirmou Prates a jornalistas.

    Segundo ele, os preços locais não ficarão desancorados em relação aos internacionais. Trocando em miúdos, significa que, se o preço do barril do petróleo estiver alto no cenário externo, isso será refletido nos preços brasileiros, mas mais suavemente.

    A ideia, então, é mitigar a volatilidade internacional, sem perder de vista a referência dos preços.

    “Abrasileirar os preços significa levar nossas vantagens em conta, sem tirar o país do contexto internacional. Temos uma refinaria aqui, com a grande maioria dos custos em reais, e íamos pelos preços internacionais. A paridade de importação era uma abstração. Pegávamos um preço lá de fora, do nosso concorrente, que não produz aqui, e colocávamos aqui dentro. É o pior cenário de competição”, afirmou.

    O fim da paridade internacional de preços do petróleo e combustíveis derivados foi anunciado no início desta manhã, antes da abertura dos mercados, e foi adiantado pela analista de economia da CNN, Raquel Landim, na véspera.

    Adotada durante o governo Michel Temer (MDB), a paridade de importação de preços alinhava os preços locais aos internacionais, o que refletia direta e automaticamente no mercado interno. Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometia uma mudança nessa referência.

    Segundo informou a estatal em fato relevante, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

    A “nova estratégia comercial” — que passa valer já a partir desta terça, de acordo com Prates — usará duas referências do mercado: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.

    Como explica a empresa, o custo alternativo do cliente “contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos
    substitutos”, enquanto o valor marginal é baseado no “custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.

    A mudança trará mais flexibilidade para que a empresa pratique preços competitivos, “se valendo de suas melhores condições de produção e logística”, e dispute mercado com atores que comercializam combustíveis no país, como distribuidores e importadores.

    Com a mudança, as ações da Petrobras tinham alta na casa dos 3% por volta das 12h30 desta terça.

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