Novo presidente do BID promete ao Planalto ‘Plano Marshall’ para América Latina
A promessa foi feita a auxiliares do presidente Jair Bolsonaro que atuam nas áreas econômica e internacional que Mauricio Clave-Carone
Eleito neste sábado (12) novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com apoio oficial do Brasil, o americano Mauricio Claver-Carone prometeu a integrantes do governo brasileiro levar adiante uma espécie de “Plano Marshall” para a América Latina.
A promessa foi feita a auxiliares do presidente Jair Bolsonaro que atuam nas áreas econômica e internacional com os quais Mauricio já tem interlocução direta. Atualmente, ele é assistente do presidente Donald Trump e diretor do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
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À CNN, um auxiliar de Bolsonaro disse que o novo presidente do BID prometeu firmar parcerias do banco com outras instituições financeiras para financiar obras de infraestrutura na América Latina e trazer para região empresas que saíram recentemente ou que estão deixando a China.
Segundo assessores palacianos, Mauricio ressaltou entender que o foco no desenvolvimento da América Latina é uma forma de diminuir a dependência da região de países asiáticos como a China, adversária dos americanos, e, de quebra, diminuir a imigração ilegal aos EUA.
Maurício foi eleito por 30 votos a favor e 16 abstenções no Encontro Anual do BID, que, neste ano, aconteceu por videoconferência, em razão da pandemia da Covid-19. Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes acompanharam o encontro da Granja do Torto, onde o chefe da equipe econômica mora em Brasília.
O Plano Marshall, oficialmente conhecido como Programa de Recuperação Europeia, foi apresentado pelo governo americano para ajudar países aliados da Europa, com recursos públicos, a se reconstruírem nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, de 1948 a até o início da década de 1950.
No Brasil, recentemente, ministros da ala militar chegaram a dizer que o “Pró-Brasil”, pacote do governo para recuperação econômica pós-pandemia, seria uma espécie de “Plano Marshall brasileiro”. A alcunha foi criticada por Guedes, que viu viés estatal no plano, o que contraria sua agenda liberal.