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    Nova classificação do Brasil pela Fitch é parte de “guinada positiva” do país, diz especialista à CNN

    O economista Daniel Wainstein destacou que interesse de investidores estrangeiros tem crescido de forma significativa

    Da CNN* , São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (26), o economista-sócio da Seneca Evercore Daniel Wainstein afirmou que a reclassificação do Brasil pela agência Fitch é uma boa notícia para o país.

    O especialista destacou que, desde abril, o interesse de investidores estrangeiros no Brasil tem crescido, e que a mudança faz parte de uma “guinada positiva” do ponto de vista econômico.

    “Desde abril temos visto um nível de interesse de investidores estrangeiros muito alto. Inclusive aqueles que ainda não estão no Brasil e começaram a ver o país como um porto interessante para atracar”, afirma.

    Wainstein usou o mercado mundial de seguros para risco como exemplo.

    “Em outubro, na véspera da eleição, o preço do Seguro Brasil dava um risco de 5% de que o país poderia dar calote. Hoje esse valor está em 2,5%, caiu pela metade”, diz.

    Ele explica que o reajuste teve início a partir abril, após a crise de crédito e a aprovação de medidas macroeconômicas, como o marco fiscal, além da manutenção da política monetária.

    “É claro que adoraríamos a taxa de juros mais baixa, mas o BC está sendo responsável”, afirma o economista.

    “Em 2021 a inflação estava alta e ele conseguiu reduzir esse número com uma política monetária mais acirrada. E nós estamos vendo a consequência de todos esses aspectos, fazendo com que as agências reduzam o risco”, explica.

    O economista discorda do posicionamento da Fitch de que o presidente Lula advoga por mudar a política liberal de governos passados, mas não deverá conseguir.

    “Eu não concordo. Acho que Lula é pragmático. Haddad tem feito uma comunicação muito boa com o mercado. Não acho que Lula queira fazer guinada […]”, diz.

    “Ele sabe que para implementar uma política social precisa haver uma taxa de investimento estrangeiro alta, um nível de crescimento importante, e ele sabe que para isso precisa haver políticas econômicas parecidas com as que o Haddad tem sinalizado”, afirma.

    Para Wainstein, o Brasil está no caminho certo para alcançar uma nota ainda maior e atingir um grau de investimento.

    “O que a gente precisa fazer é mais do que já estamos fazendo. Nossa dívida em relação ao PIB ainda é de 75% comparado com outros países que têm o mesmo “BB” da Fitch de 55%”, comenta.

    “Por outro lado, a gente tem uma série de fatores positivos, como uma economia pujante e um mercado consumidor maravilhoso”, avalia.

    Para o economista, é preciso que o governo dê andamento ao marco fiscal e continue a adotar uma política monetária responsável.

    “Devemos ver uma redução na taxa de juros, o que vai ajudar a economia crescer […] Se tudo correr normal, não duvido da gente voltar a ter um grau de investimento em dois ou três anos. Não é impossível”, conclui.

    *Publicado por Amanda Sampaio, da CNN

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