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    Ninguém quer abrir mão de receitas, diz relator de PLs de combustíveis

    "A gente está tentando arrancar de volta o lucro excessivo que o governo federal teve com a alta do petróleo em cima de nós", afirmou senador Jean Paul Prates ao explicar acordos

    Layane SerranoGiovanna Galvanida CNN em São Paulo

    Com expectativa de que os projetos relativos ao preço dos combustíveis sejam discutidos e votados nesta semana, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator dos dois textos na casa, disse à CNN neste domingo (20) que “ninguém quer abrir mão de receitas” para abaixar os custos ao consumidor final, mas que se busca consenso em uma “medida paliativa” em meio a um contexto de alta acentuada.

    Segundo o senador, o Senado se aproxima de um consenso para votar o PL 1.472/2021, que cria um fundo para estabilização dos preços de derivados de petróleo, e o PLP 11/2020, que estipula a cobrança única do ICMS sobre combustíveis. Ambos já têm relatórios favoráveis de Jean Paul, na forma de substitutivos.

    O PL 1.472/2021 também cria um imposto sobre a exportação de petróleo bruto, cuja arrecadação seria usada para o programa de estabilização de preços. Já o PLP 11/2020 — que saiu da Câmara e terá de voltar à análise dos deputados caso seja aprovado como substitutivo — originalmente previa alíquotas específicas para o ICMS sobre combustíveis, a serem aplicadas no fim da cadeia, mas agora determina um valor fixo a ser cobrado por litro na refinaria ou na importação.

    “Ninguém quer abrir mão de receita. Estamos trabalhando na gordura, não estamos trabalhando com as isenções”, explicou. “Estamos vivendo a contramão de uma política de preços desastrosa para adotar um preço não internacional, mas de importação para a bomba de combustível”, criticou.

     

    “Nós decidimos adiar [a votação] mais uma semana, para ganhar tempo de explicar, consensuar e preparar a aterrissagem suave dos dois projetos na Câmara”, disse ao mencionar a boa recepção dos textos pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

    A conta de compensação daria um subsidio ao consumidor quando o preço dos combustíveis disparasse. O recurso sairia de um fundo alimentado com lucros “extraordinários” do petróleo.

    “A gente está tentando arrancar de volta o lucro excessivo que o governo federal teve com a alta do petróleo e combustíveis em cima de nós. Não é simples, está sendo feito há cinco semanas, e não considero devagar ou que esteja entrando num impasse”, declarou.

    Questionado sobre o futuro de uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC) sobre o tema, o senador afirmou que existe a PEC deveria ser orientada por uma “mudança estrutural que não seja eventual para explicar uma crise”. Como exemplo, o senador citou o andamento de uma proposta ampla de reforma tributária.

    “Estamos conseguindo, pelo menos no Senado, um consenso do que é justo, usando ferramentas alternativas para não subsidiar diretamente [o preço], usando bilhetes premiados e bônus de assinatura [de contratos]. Essas soluções são complexas, mas estão andando rápido”, disse. “A PEC 110 [uma das propostas de reforma tributária] está para ser lida essa semana, mas só lida, porque a gente não vai tratar dos dois temas ao mesmo tempo”.

    *Com informações da Agência Senado

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