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    “Não me adaptei à cultura de compadrio de Brasília”, diz presidente do BB

    Em entrevista exclusiva à CNN, Rubem Novaes disse que decidiu deixar o cargo porque o banco precisa de um executivo “mais afinado com as inovações tecnológicas”

    Raquel Landimda CNN

     

    O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, decidiu deixar o cargo por causa dos conflitos políticos de Brasília e por acreditar que o banco precisa de um executivo mais afinado com as inovações tecnológicas necessárias para enfrentar a concorrência das fintechs. Ele afirmou as razões para deixar o cargo em uma entrevista por telefone neste sábado. Nesta sexta-feira, o economista entregou seu pedido de renúncia ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente Jair Bolsonaro.

    Novaes explicou que, no final de maio, já havia enviado uma carta expressando a Guedes seu desejo de deixar o banco em agosto, após apresentar os resultados financeiros do primeiro semestre e completar 75 anos. Nesse documento, o economista fez, inclusive, uma lista de sugestão de sucessores. Ele não quis revelar os nomes e afirmou que não está envolvido na escolha do novo comandante do BB. “O banco precisa de um executivo jovem afinado com todas essas transformações”, afirmou.

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    Novaes disse ainda que sua decisão já estava tomada quando o Banco do Brasil recebeu na sexta-feira um pedido de esclarecimentos do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das fake news. Segundo ele, o ofício pede ao banco uma listagem de todos os sites nos quais já anunciou. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão de boa parte do marketing digital do BB por causa de um investimento em um site que supostamente propaga fake news.

    “De 2009 até agora aplicamos nesse site, que foi escolhido pelo Google aleatoriamente, apenas R$ 2,8 mil”, explicou. Ele afirmou ainda que a decisão do TCU traz prejuízos ao banco, motivo pelo qual já pediu sua reversão e aguarda julgamento no plenário.

    Em entrevista exclusiva à CNN por telefone Novaes ainda falou: “Não me adaptei à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília”. O presidente ressaltou que referiu-se ao ambiente da capital federal e não a algum acontecimento específico.  

    Novaes também refutou qualquer relação com o escritor Olavo de Carvalho como vem sendo divulgado pela imprensa. O economista chegou a presidência do BB graças as suas credenciais liberais e seu relacionamento próximo com Guedes. A tendência é que ele permaneça no governo a como assessor especial do ministro.

    O desejo de Novaes é ficar no BB até 6 de agosto, quando o balanço vai ser divulgado, mas o cargo está à disposição do governo. Ele não acredita que a demora provoque turbulências no mercado, que deve dar um voto de confiança de que o sucessor será um nome técnico.

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