Não há “situação específica” para melhorar relações com China, diz Alckmin
Vice-presidente diz que país não tem litígio com ninguém e deseja aprofundar relacionamento com a China
Ao ser questionado sobre uma possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, projeto da China, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil quer melhorar as relações comerciais com os chineses, mas que não há uma “situação específica” no momento.
“Não tem situação específica nesse momento, Belt and Road ou não, mas o Brasil, sim, deseja ampliar sua relação comercial de investimentos com a China, como com os demais países”, disse Alckmin em coletiva após a reunião de Ministros de Comércio e Investimento do G20, realizada em Brasília, nesta quinta-feira (24).
Segundo Alckmin, o assunto não foi discutido durante as reuniões ministeriais do G20, por ser uma questão específica do Brasil.
Na coletiva, Alckmin enfatizou a importância de o Brasil manter boas relações diplomáticas para ter um êxito no comércio exterior.
Como apurado pela CNN, o Brasil hesita em aderir ao plano chines. Na semana passada, uma comitiva do governo brasileiro liderada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, desembarcou na China para tratar do assunto.
A avaliação predominante do grupo foi de que é possível manter a intensa parceria econômica sem necessariamente aderir ao programa.
No lugar, os dois países elaboram um documento conjunto que falará em ampliação da sinergia entre os dois países em diversos projetos que envolvem infraestrutura, finanças, energia, tecnologia e industrialização.
Uma minuta neste sentido já circula entre as duas chancelarias e deve ser oficializada na visita do presidente da China, Xi Jinping, em novembro, ao Brasil, que virá para uma reunião da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Entenda a Nova Rota da Seda
A Nova Rota da Seda, oficialmente chamada de “Iniciativa do Cinturão e Rota”, é um projeto da China, lançado em 2013, que conectará a Ásia, Europa, África e outras regiões de interesse geopolítico por meio de uma vasta rede de infraestrutura.
O objetivo central é promover o comércio global, facilitar o trânsito de mercadorias e fortalecer as relações econômicas entre os países envolvidos, impulsionando o desenvolvimento em áreas estratégicas.
No entanto, especialistas alertam para os riscos à soberania nacional que podem surgir como consequência da adesão a essa iniciativa.
Um dos maiores desafios apontados é a possibilidade de aumento da dependência econômica em relação à China, especialmente para países em desenvolvimento que tomam grandes empréstimos para financiar os projetos.
Em casos extremos, o não pagamento dessas dívidas pode levar a concessões políticas ou a perda de controle sobre infraestruturas estratégicas, como ocorreu com o Sri Lanka, que teve que ceder o controle de um porto à China após não conseguir honrar seus compromissos financeiros.
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