Na onda de concorrentes, Honda promete aumentar produção de veículos elétricos
Empresa disse que "se esforçará" para vender apenas veículos elétricos até 2040 em seus três principais mercados
A Honda se tornou a mais nova montadora a prometer um futuro livre de emissões. Em sua primeira entrevista coletiva como CEO, Toshihiro Mibe disse na sexta-feira (23) que a empresa “se esforçará” para vender apenas veículos elétricos até 2040 nos três principais mercados que a marca atua — América do Norte, China e Japão.
Embora a Honda não seja tão relevante no mercado automotivo europeu, pode haver um crescimento da atuação da montadora por lá, graças as regras ambientais mais rígidas na Europa, que obrigam a vender apenas veículos livres de emissões. Isso inclusive pode facilitar as metas de venderem 40% dos veículos livres de emissões até 2030 e 80% até 2035 em todo o mundo, conforme divulgaram hoje.
A decisão da Honda veio após um anúncio da General Motors em janeiro, onde a GM disse ter a “aspiração” de vender apenas carros livres de emissões até 2035. A Ford e Volvo também divulgaram datas: a primeira disse que planeja vender apenas carros livres de emissões na Europa até 2030 e a segunda disse em março que planeja se tornar totalmente elétrica em todo o mundo até 2030.
Praticamente todas as montadoras estão aumentando seus planos de produção de veículos elétricos para atender às regulamentações ambientais cada vez mais rígidas. O presidente Joe Biden anunciou esta semana uma nova meta: até 2030, os Estados Unidos reduzirão as emissões dos gases de efeito estufa entre 50% a 52% abaixo dos níveis de emissão de 2005.
Vários governos anunciaram regras que exigiriam híbridos plug-in ou carros livres de emissões em várias datas no futuro. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinou uma ordem executiva exigindo que apenas carros livres de emissões sejam vendidos por lá até 2035.
Além das medidas governamentais, a demanda por veículos elétricos por consumidores está aumentando à medida que os automóveis livres de emissões de carbono vão se tornando cada vez mais baratos, tanto para o consumidor como para a montadora. Como os carros elétricos têm menos peças do que os veículos movidos a gás, acabam sendo mais baratos para construir, já que exigem menos mão de obra.
Alguns podem encarar a intenção das montadoras em fazerem apenas veículos livres de emissões como algo “vazio”, mas empresas que prometem trabalhar em direção a um futuro “neutro em carbono” tiveram um desempenho melhor no mercado de ações.
Segundo uma análise do Bank of America, as ações de empresas que fizeram promessas sobre a diminuição de emissão de carbono ficaram mais alto do que as empresas que se omitiram. As ações da Honda ficaram ligeiramente mais altas após o anúncio na sexta-feira (23), para citar um exemplo.
Honda segue ofertas de EV de outras montadoras
No entanto, a Honda terá que se esforçar para alcançar outras montadoras tradicionais, que já têm uma oferta muito mais ampla de EVs (automóveis elétricos e híbridos). Ela inclusive não tem um EV “puro” à venda na América do Norte.
Uma das grandes montadoras que ainda não definiu uma data definitiva para a conversão é a Volkswagen. Ano passado ela vendeu 231.600 de carros elétricos em 2020, mas isso representa menos de 3% das vendas globais, que gira em torno de 9,3 milhões de veículos.
Apesar de não divulgarem uma data correta, a Volkswagen disse que planeja ser completamente neutra em carbono até 2050. Para isso está investindo US$ 42 bilhões em veículos elétricos. A meta é vender 2 milhões de veículos elétricos por ano até 2025.
Isso pode permitir que ela ultrapasse a Tesla, montadora líder em EVs, que vendeu 500 mil carros no ano passado. Vale ressaltar que, em alguns mercados europeus como a Noruega (o único país onde a maioria das vendas de carros foram de EVs), a Volkswagen ultrapassou a Tesla.
(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original)