Na corrida por remédios para Covid-19, UE pode vender remdesivir antes dos EUA
Autorização inicial para a venda do medicamento no bloco pode sair nos próximos dias, segundo regulador
A União Europeia pode dar uma autorização inicial para a venda do remédio remdesivir como tratamento da Covid-19 nos próximos dias, disse o chefe de sua agência de medicamentos nesta segunda-feira (18), apressando a chegada do produto ao mercado em meio a uma competição global acirrada por recursos.
Os Estados Unidos, que revoltaram a UE com táticas agressivas em uma disputa por remédios em meio à pandemia global, ainda não emitiram uma aprovação semelhante ao medicamento, fabricado pela empresa farmacêutica norte-americana Gilead.
A demanda pelo remdesivir vem crescendo, já que atualmente não existem tratamentos ou vacinas para a Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
“Pode ser que uma autorização provisória de comercialização seja emitida nos próximos dias”, disse o chefe da agência de medicamentos do bloco, Guido Rasi, nesta segunda-feira em uma audiência no Parlamento Europeu em Bruxelas.
Uma autorização provisória de comercialização para a UE permite que um remédio seja vendido durante um ano no bloco de 27 nações antes de todos os dados necessários sobre sua eficiência e seus efeitos colaterais estarem disponíveis.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já recomendou o uso compassivo de remdesivir, o que permite que este seja administrado a pacientes mesmo antes de a venda ser autorizada.
A recomendação da EMA sobre o uso compassivo equivaleu a uma autorização de emergência concedida pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) no início de maio depois que a Gilead forneceu dados mostrando que o remédio ajudou pacientes com Covid-19.
Mas agora a UE está agindo rápido para passar à próxima fase do procedimento de autorização.
O procedimento equivalente dos EUA é chamado de “aprovação acelerada”, o contrário da autorização padrão que a FDA concede a remédios que passam em todos os testes antes da comercialização.
Em meio à pressão crescente para intensificar a produção do medicamento, a Gilead disse que está conversando com fabricantes de produtos químicos e remédios para produzir remdesivir para Europa e Ásia ao menos até 2022.
Mas ainda não está claro com que rapidez quantidades suficientes do remédio podem estar disponíveis para atender a necessidade mundial de um tratamento.
Vacina à vista?
A Moderna anunciou nesta segunda-feira (18) que teve avanços em testes de sua vacina mRNA-1273 contra o novo coronavírus.
Em comunicado, a empresa farmacêutica norte-americana relatou “dados positivos” em testes iniciais com 45 pessoas. Segundo a Moderna, a vacina parece ser segura e foi bem tolerada pelos participantes dos testes.
Às 9h17 (de Brasília), a ação da Moderna saltava mais de 29% nos negócios do pré-mercado em Nova York.
* Com Reuters e Estadão Conteúdo
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