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    Musk nega que valor de US$ 420 em ação da Tesla tenha sido uma piada sobre maconha

    Em depoimento, bilionário explicou que preço descrito em tuite polêmico considerava um prêmio de aproximadamente 20% sobre o preço das ações na época

    Matt McFarlanddo CNN Business*

    O CEO da Tesla, Elon Musk, deu testemunho pelo segundo dia de julgamento nesta segunda-feira (23) e tentou explicar o processo de pensamento por trás de seu controverso tuite de “financiamento garantido” de 2018, afastando a ideia de que era em parte uma piada.

    Musk, Tesla e os diretores da empresa estão enfrentando um processo de acionistas por causa da postagem no Twitter, no qual o bilionário disse que estava pensando em tornar a Tesla privada por US$ 420 e com “financiamento garantido”. Essas duas palavras resultaram no CEO tendo que abrir mão de sua posição como presidente executivo da Tesla e pagar milhões de dólares em multas e taxas legais.

    O bilionário havia falado com executivos do fundo soberano saudita sobre o financiamento de que precisaria para fechar o capital da Tesla. No entanto, era tudo menos “seguro”.

    Durante seu depoimento em um tribunal da Califórnia nesta segunda-feira, no entanto, Musk disse repetidamente que acreditava ter um acordo com o fundo saudita, que investe em entidades importantes para o crescimento econômico do país e alegou ter US$ 620 bilhões em ativos sob gestão como do início de 2022.

    “Meu entendimento era que eles continuariam com o negócio”, disse Musk. Em outro momento, Musk disse que o chefe do fundo saudita “foi inequívoco em seu apoio à privatização da Tesla quando nos conhecemos”, mas depois “parecia estar recuando”.

    Musk descreveu uma interação anterior na qual disse que o fundo saudita havia concordado em comprar 5% da Tesla em um acordo essencialmente de aperto de mão. Ele disse que era razoável esperar que eles agissem da mesma forma novamente.

    Musk também alegou que estava preocupado com as notícias sobre as negociações do acordo vazarem na imprensa e tuitou para “garantir que todos os investidores estivessem em pé de igualdade”.

    Questionado, Musk negou ter escolhido o preço de US$ 420 como uma piada, devido ao seu significado para os entusiastas da maconha, mas sim como um prêmio de aproximadamente 20% sobre o preço das ações na época.

    “O preço de 420 não foi uma piada”, ele testemunhou. Em outro momento, ele disse: “Existe algum carma por volta de 420, embora eu deva questionar se isso é um carma bom ou ruim neste momento”.

    Na sexta-feira, Musk ficou de pé por cerca de 30 minutos e testemunhou que seus tuites não fazem o preço das ações da Tesla subir ou descer. Ele apontou um incidente em maio de 2020 , quando tuitou que “o preço das ações da Tesla está muito alto”. O preço das ações caiu no dia de seu tuite , mas se recuperou e fechou o ano mais alto do que havia aberto.

    Mas o principal demandante, Glen Littleton, testemunhou na semana passada que perdeu mais de 75% de seus investimentos após o tuite de “financiamento garantido” de Musk.

    O advogado de Musk, Alex Spiro, argumentou na quarta-feira (18) que a escolha de palavras do CEO estava errada, mas não foi um caso de fraude. “Em seu estado apressado e imprudente, ele tuitou a escolha de palavra errada”, disse Spiro. “Em sua mente, o financiamento não era um problema, estava garantido. Mas o que ele disse naquele tuite foi ‘financiamento garantido’ sem elaborar o que isso significava para ele.”

    Guhan Subramanian, professor de direito de Harvard e testemunha especialista do demandante, argumentou na sexta-feira que o tuite de Musk e o acordo proposto foram um caso de governança corporativa flagrante.

    “Não ter grades de proteção é muito preocupante”, disse Subramanian sobre a conta de Musk no Twitter. Musk testemunhou na sexta-feira que ninguém na Tesla revisou seus tuites em 2018 antes de publicá-los.

    Subramanian disse que quando as empresas públicas se tornam privadas, como Musk estava propondo, há um processo muito mais extenso e rigoroso do que o que Musk e Tesla passaram. 

    Normalmente, um comitê especial é formado e há meses de engajamento com consultores e assessores. Os conselhos de administração normalmente aprovam o anúncio de uma empresa que recebe uma oferta para se tornar privada, o que não foi o caso da Tesla.

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