MP sobre venda direta do etanol é boa, mas pode não mudar preço, diz professor
À CNN Rádio, Paulo José de Azevedo avalia que há diversos fatores, como a oferta e demanda, que vão determinar se haverá queda do preço para o consumidor
A Medida Provisória que autoriza a venda do etanol direto das usinas para os postos de combustível “é boa, mas não significa que o preço vai mudar para o consumidor”, segundo o professor de Contabilidade e Finanças Empresariais no Ibmec de São Paulo, Paulo José de Azevedo.
Em entrevista à CNN Rádio nesta quinta-feira (12), ele avalia que a obrigatoriedade de se ter uma distribuidora “engessa o sistema”: “A flexibilização é boa, a questão é que depende de oferta e demanda, você tendo oferta de etanol em quantidade adequada, e postos concorrendo entre si, existe tendencia do preço cair”.
Ele explica que, sem o distribuidor como intermediário, há menos gente na cadeia de produção e “melhora o sistema concorrencial”. Mesmo assim, o professor fez uma ressalva: “Talvez o preço na bomba não diminua, mas a margem de lucro do posto ou do usineiro pode aumentar”.
De acordo com Paulo José, a bandeira dos postos funciona, hoje, “como auditoria para a área de contabilidade”: “Quando o consumidor olha para um posto com bandeira, sabe que a empresa grande fiscaliza que ele está fazendo práticas adequadas”.
Porém, com a MP, um mesmo posto pode ter combustível de origens diferentes – desde que deixe claro para os clientes.
O economista reforçou, no entanto, que “há combustíveis de boa qualidade sem marca”, independentemente da bandeira. O ideal, para ele, seria o empenho na fiscalização.