Moradores do Rio formam filas em busca de informações sobre o Auxílio Brasil
Secretaria de Assistência Social informou que atendia uma média de 70 pessoas por dia e agora está recebendo 200
O pagamento do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que entrará no lugar do extinto Bolsa Família, começa nesta quarta-feira (17), mas às vésperas da liberação do auxílio os Centros de Assistência Social (CRAS) da cidade do Rio de Janeiro estão cheios de pessoas em busca de informações.
Ao todo, 2,5 milhões de moradores da capital carioca dependem de programas de transferência de renda para sobreviver.
“É difícil atender com eficiência, se a população que mais precisa não foi informada de maneira nenhuma sobre o que aconteceria com a sua renda com o fim do Bolsa Família. O cidadão do Rio não pode ser desrespeitado”, disse a secretária municipal de Assistência Social, Anna Laura Carneiro, à CNN.
“E agora, na véspera do pagamento da folha de novembro, ele não sabe se vai receber, porque não consegue ter acesso aos detalhes de um programa recém-lançado, diferente do anterior e com novas regras”, afirma Carneiro.
A CNN conversou com duas mulheres desempregadas que enfrentaram filas desde a madrugada para atualizar o cadastro para recebimento do auxílio.
Uma delas contou que foi mais de uma vez ao CRAS, já que são distribuídas poucas senhas por dia, e que, atualmente, só teria a renda do Auxilio Brasil para sobreviver.
“Tá sendo difícil para caramba, pois ter que dormir em fila para conseguir. Fica complicado pra mim que tenho filha pequena”, disse Rafaela Mattos, uma das beneficiárias do extinto Bolsa Família que tenta migrar para o Auxílio Brasil.
A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que as equipes da Assistência Social foram reforçadas nos CRAS “para que o atendimento seja o melhor possível levando em conta que cada CRAS atendia uma média de 70 pessoas por dia e está recebendo 200 por dia”.
Mesmo com o reforço, longas filas foram observadas na madrugada de terça-feira (15).
O Auxílio Brasil atende famílias em situação de extrema pobreza ou de pobreza que possuírem em sua composição gestantes ou pessoas com até 21 anos incompletos. O programa é composto por três benefícios básicos:
- Benefício primeira infância: para famílias que possuam em sua composição crianças com idade entre 0 e 36 meses incompletos, pago por pessoa que se enquadre em tais situações
- Benefício Composição Familiar: para famílias que possuam em sua composição gestantes ou pessoas com idade entre de três e 21 anos incompletos, pago por pessoa que se enquadre em tais situações
- Benefício de Superação da Extrema Pobreza: valor mínimo calculado por pessoa e pago por família beneficiária do Programa Auxílio Brasil, cuja renda familiar per capita, calculada após o acréscimo dos benefícios Primeira Infância e Composição Familiar, for igual ou inferior ao valor da linha de extrema pobreza