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    Moody’s: BNDES mostra equilíbrio na concessão de crédito durante a crise

    Ante o mesmo período de 2019, a alta nos desembolsos da instituição pública para as PMEs foi de 11%

    Estadão Conteúdo

    A alta nos desembolsos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro semestre de 2020 diante do impacto econômico da pandemia da Covid-19 é um fator de crédito positivo para o banco de fomento, escreve a agência de classificação de risco Moody’s.

    De acordo com a analista Theresangela Araes, o destaque positivo é que, ao contrário da crise de 2008, o BNDES aumentou o foco nas empresas menores, deixando de lado os altos aportes em grandes companhias.

    “A recuperação nos desembolsos de crédito do BNDES no primeiro semestre reflete seu papel contracíclico de dar suporte a micro, pequenas e médias empresas durante a pandemia do coronavírus”, escreve Theresangela.

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    Ante o mesmo período de 2019, a alta nos desembolsos da instituição pública para as PMEs foi de 11%. Nos desembolsos como um todo no segundo trimestre houve alta de 61,6% em base anual, a maior desde 2013, e uma forte reversão na trajetória de redução vista desde 2014.

    Ainda assim, a Moody’s elogia o que considera um uso mais equilibrado dos recursos do que o visto há cerca de uma década, na crise financeira mundial. “Os desembolsos no primeiro semestre se igualaram a 49% da originação de crédito no segundo semestre de 2008, mostrando um uso mais disciplinado do balanço e um viés mais cauteloso na concessão de crédito do que no início da crise de 2008.”

    Neste sentido, Theresangela escreve que os empréstimos para grandes empresas, que tiveram forte importância naquele momento, devem ser menos representativos agora. De acordo com ela, na segunda metade de 2008, 77% do crédito foi a grandes empresas. Na primeira metade de 2020, elas responderam por 51% do total, uma queda de 3% em um ano. A analista destaca ainda que para financiar as maiores companhias, neste ano o BNDES se aliou aos bancos comerciais, cobrando taxas de mercado, não subsidiadas.

    Incluindo todas as medidas de financiamento a empresas que o Tesouro Nacional criou e que passaram pelo banco de fomento, a Moody’s projeta que a originação de crédito do BNDES chegará a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020. No ano passado, o total chegou a 0,76% do PIB. Entre 2009 e 2015 a média foi de 2,4%.

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