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    Momento é vantajoso para comprar dólar para quem vai viajar, avaliam especialistas; veja como se planejar

    Moeda chegou a R$ 4,76, menor patamar desde maio do ano passado com clima mais positivo para queda dos juros e no âmbito fiscal

    Luiza Palermoda CNN* , Em São Paulo

    O dólar fechou nesta quarta-feira (21) no menor patamar desde o fim de maio do ano passado, negociado a R$ 4,768 na venda.

    Diante do clima mais positivo para a queda dos juros e no âmbito fiscal, analistas preveem espaço para novas quedas do câmbio, com expectativas de a moeda norte-americana chegar ao patamar de R$ 4,40 ao fim de 2023.

    Os resultados animam não só os investidores, mas também os brasileiros com viagens marcadas em 2023. Mas afinal, esse é o melhor momento para comprar dólar?

    Na avaliação do educador financeiro da Rico, Thiago Godoy, pode ser vantajoso aproveitar esse cenário para comprar dólar para quem está planejando uma viagem.

    “O valor da moeda está abaixo do que nos meses anteriores, então, sem dúvidas, agora é um momento propício”, afirma.

    “Não sabemos como vai ser no final do ano. Tem uma previsão de que vai ter um dólar mais baixo, mas não há nenhuma garantia que a cotação vai continuar baixa. Então, é bom já ir começando a comprar dólar agora”, completa.

    Para quem ainda não tem uma data de viagem marcada, mas se preocupa em comprar a moeda na cotação mais em conta possível, é importante lembrar que é difícil prever o comportamento da taxa de câmbio.

    Segundo a economista e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Juliana Braga, esse ano o Brasil conta com um cenário positivo para o real devido um diferencial alto de juros interno e externo — além de uma perspectiva de queda da Selic, o que eventualmente pode atrair investimos na bolsa de valores doméstica.

    “Pode ser que a taxa de câmbio caia ainda mais, pensando numa trajetória mais de tendência. Porém, também existe uma espécie de sazonalidade dos fluxos comerciais cambiais, que tende a valorizar o câmbio mais no primeiro semestre que no segundo”, explica. 

    “De qualquer forma, se não há certeza de mais valorização, é improvável uma desvalorização forte do real, a não ser por fatores excepcionais. A maior probabilidade é continuar em torno desse número ou valorizar um pouco mais, sempre com oscilações”, afirma a economista.  

    Planejamento

    Nesse cenário, a dica para quem está considerando ir para fora do país é comprar o dólar aos poucos, sem se apressar e gastar todas as economias tentando acertar a cotação mais baixa do ano.

    “Esse é um planejamento que naturalmente funciona, é uma estratégia que grandes fundos sempre acabam utilizando, fazendo compras parciais e parceladas”, explica o sócio da consultoria Nexgen Capital, Felipe Izac. 

    Além disso, também é importante considerar a forma de comprar a moeda — em espécie, cartão pré-pago ou por uma conta internacional.

    Segundo os especialistas, a melhor opção depende da preferência e necessidade de cada pessoa na viagem, com vantagens e desvantagens econômicas para cada uma.

    O dinheiro em espécie, por exemplo, é mais prático para o dia a dia e para pequenas despesas. No entendo, o sócio da Nexgen avalia que a compra do papel-moeda incide na cobrança de 1,1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

    “Normalmente as casas de câmbio, mesmo os bancos, acabam cobrando o dólar turismo, que é um dólar bem mais caro do que o comercial, então acaba tento um preço mais elevado”, afirma. 

    Já cartões pré-pagos normalmente funcionam pela praticidade, mas o IOF costuma ser mais caro, na casa dos 5,38%.

    Para o especialista, abrir uma conta no exterior ou em plataformas digitais costuma ser o meio mais eficiente, já que é possível captar o dólar com um valor menor que o preço de turismo, com taxação de IOF em 1,1%.

    “Então, vale a pena pensar nesses pontos, financeiramente falando. Ter uma conta no exterior nessas plataformas costuma ser mais barato e mais eficiente na compra da moeda também”. 

    O educador financeiro Thiago Godoy explica que uma conta internacional pode ser mais vantajosa para uma pessoa que está sempre viajando, tem despesas recorrentes na moeda estrangeira ou que já investe no exterior.

    “Depende da situação, depende do perfil da pessoa, da frequência que ela viaja, dos gastos que ela vai ter. Então, as três opções são importantes, dependendo de cada contexto”, afirma.

    *Sob supervisão de Gabriel Bosa. 

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