Molica: Adiar novo auxílio indica como Bolsonaro é mestre em não tomar decisões
No quadro Liberdade de Opinião, jornalista Fernando Molica falou sobre o Auxílio Brasil, que teve lançamento adiado pelo governo federal
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (20), o jornalista Fernando Molica falou sobre o Auxílio Brasil, novo programa social de transferência de renda que teve seu lançamento adiado pelo governo.
O benefício deve pagar R$ 400 por mês a 17 milhões de brasileiros a partir de novembro. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças do governo se reuniram às pressas para tomar a decisão de postergar o programa. Os principais motivos para o adiamento foram a resistência da equipe do Ministério da Economia e os problemas de esfera política.
“O presidente Jair Bolsonaro costuma dizer que muito pior do que tomar uma decisão errada, é não tomar uma decisão — mas ele é mestre em não tomar decisões”, disse Molica. “O governo é para tomar decisões. Inclusive, a decisão fundamental, que caracteriza qualquer governo, de onde botar o dinheiro. Quando se tira dinheiro de um lado e põe do outro, se contraria interesses.”
“Quando chega a campanha eleitoral, muitos políticos, não só o presidente Bolsonaro, mas ele também, ficam falando que vai governar para a família. Mas fogem do ponto fundamental que é o de onde botar o dinheiro”, continuou. “No Brasil, tradicionalmente se faz um Robin Hood às avessas, se tira dos pobres para dar pros ricos.”
“É uma decisão política de onde botar o dinheiro. Agora, cortar de outros setores não é fácil, são setores organizados, têm acesso ao poder, ao presidente, é muito difícil cortar esses benefícios.”
“O cara que está passando fome não tem poder de lobby, não tem internet, não tem como chegar num deputado, num senador ou presidente. Ele é o prejudicado, e falta dinheiro para ele”, afirmou o jornalista.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Thaméa Danelon. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.