Norte-americana Moderna fecha acordo para fabricar remédios de mRNA na China
Medida é parte de primeiro grande investimento da farmacêutica no país
A farmacêutica norte-americana Moderna assinou um acordo para fabricar medicamentos de mRNA (RNA mensageiro) na China como parte de seu primeiro grande investimento no país, apesar da escalada comercial e da tensão política entre Washington e Pequim.
A empresa com sede em Cambridge, Massachusetts, assinou um memorando de entendimento e um acordo de colaboração de terras relacionado na quarta-feira, de acordo com um comunicado enviado à CNN.
“Qualquer medicamento produzido sob este acordo será exclusivamente para o povo chinês – que enfrenta muitos dos mesmos desafios de saúde que afetam outras comunidades ao redor do mundo – e não será exportado”, afirmou.
A agência oficial de notícias Xinhua informou que a Moderna planeja estabelecer seus oleodutos de mRNA no distrito de Minhang, em Xangai, acrescentando que a empresa farmacêutica construirá uma fábrica de produção.
Anteriormente, a publicação financeira estatal Yicai havia relatado, citando fontes não identificadas, que a empresa planejava investir cerca de US$ 1 bilhão em sua operação na China.
O acordo ocorre quando a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, chega a Pequim como parte dos esforços contínuos do governo Biden para aprofundar a comunicação entre os EUA e a China após um período particularmente difícil nas relações bilaterais.
Tecnologia de mRNA
A Moderna foi fundada em 2010 com foco no desenvolvimento de medicamentos de mRNA.
Atualmente, a empresa comercializa apenas suas vacinas de mRNA para Covid-19, mas tem várias vacinas e terapêuticas em andamento.
Essas se concentram no tratamento de doenças infecciosas, imuno-oncologia, doenças raras, doenças cardiovasculares e doenças autoimunes, de acordo com a empresa.
A vacina Covid-19 da Moderna, que recebeu autorização de emergência dos reguladores dos EUA em 2020 e aprovação total em 2022, não foi aprovada na China.
Durante a maior parte da pandemia, a China contou com plataformas mais tradicionais para suas vacinas caseiras contra a Covid-19.
Aprovou sua primeira vacina de mRNA para o vírus em março. Esse produto foi desenvolvido pelo CSPC Pharmaceutical Group, com sede na cidade de Shijiazhuang, no norte do país.
Os chineses ainda não aprovaram um produto de mRNA de fabricação estrangeira.
Os cientistas saudaram o potencial de vacinas e terapêuticas usando a tecnologia de mRNA para transformar a medicina em uma variedade de alvos, desde o câncer até distúrbios imunológicos, bem como doenças infecciosas.
A tecnologia funciona fornecendo instruções ao corpo para produzir uma proteína específica. Para vacinas de doenças infecciosas, essa proteína pode desencadear uma resposta imune protetora.
O uso de RNA mensageiro como plataforma para a entrega de vacinas deu um salto substancial devido à pandemia de Covid-19, quando as vacinas de mRNA para proteger contra o coronavírus estavam entre as primeiras a serem aprovadas por reguladores em todo o mundo – marcando também a primeira vez que uma vacina do tipo foi levada ao mercado.
Outras grandes empresas farmacêuticas com sede nos Estados Unidos têm laços de longa data com a China.
A Pfizer atua no país há mais de três décadas e investiu mais de US$ 1,5 bilhão, segundo a companhia.
A Johnson&Johnson fundou sua primeira joint venture na China em 1985 e seus negócios empregam cerca de 10 mil pessoas no país, incluindo seu braço de consumo e cuidados pessoais, disse uma de suas empresas com sede na China.