Modelo econômico da China tem dado sinais de esgotamento, diz CEO da SPX Capital
Rogério Xavier chama a atenção para o alto endividamento de companhias chinesas
Apesar de juros ainda restritivos em grande economias e conflitos armados na Europa e no Oriente Médio, o principal risco na economia global é a economia chinesa, na avaliação do gestor e CEO da SPX Capital, Rogério Xavier.
Para ele, o cenário recente da China aponta para um “esgotamento do modelo econômico”. Xavier participou nesta segunda-feira (29) do evento Latin America Investment Conference, do Grupo UBS.
“Sempre uso uma analogia de países e bancos. Um banco grande não quebra do dia para a noite, é um processo. Na China começamos a ter vazamento em vários setores que dependem da habilidade do gestor de ‘equilibrar os pratos’ e a quantidade de pratos está muito grande”, afirmou Xavier.
O gestor chama a atenção para o alto endividamento de companhias chinesas. Vale lembrar que, nesta segunda-feira, o Grupo Evergrande foi condenado por um tribunal de Hong Kong a ser liquidado, segundo a mídia chinesa.
“Sabemos que o endividamento das companhias é gigantesco, mas como deve ser a interação com outros países da Ásia e mesmo dentro da China, ninguém sabe direito”.
A princípio, em um cenário pessimista, Xavier menciona impactos no crescimento econômico global. Porém, em sua avaliação, a grande dúvida é como isso afetaria os bancos e se as instituições financeiras teriam capacidade de responder.
O gestor recomenda que os investidores fiquem atentos para o contexto e dados econômicos do gigante asiático.
“Se errarmos o cenário da China, vamos errar tudo. É o nosso risco real. Esse pode ser um fator de desestabilização muito forte. Emergentes ligados a china podem sofrer uma desvalorização em suas moedas”.
Outros temas mencionadas por ele que podem adicionar riscos à equação são as questões políticas envolvendo Taiwan e uma eventual vitória do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
