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    Ministro afirma que variação do clima não gera crise no agro, mas exige atenção

    Em visita ao Show Rural, em Cascavel (PR), Carlos Fávaro fala sobre soja, suspensão de importação de tilápia e novos mercados

    Isabela Oliveiraespecial para a CNN , Cascavel (PR)

    Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, afirmou nesta quarta-feira (7) que o governo acompanha a situação no campo com intensidade da seca e de ocorrências de chuvas excessivas em diversas regiões produtoras, ocasionando danos às plantações e rebanhos.

    Segundo Fávaro, o cenário não configura crise, mas é necessário atenção.

    “Apesar de algumas localidades estarem com quebras significativas na produção em função das intempéries climáticas, temos outras regiões, como o Rio Grande do Sul, que supre 10 milhões de toneladas a mais do que produziu no ano passado”, afirmou durante visita ao Show Rural, o primeiro grande evento do agro em 2024, que ocorre em Cascavel (PR).

    Segundo ele, a produção de soja na Argentina também contribuiu para uma safra recorde no ano passado, influenciando na queda dos preços da commodity.

    “O balanço total coloca disponível em torno de 15 milhões de toneladas de soja a mais no mercado, que faz os preços ficarem achatados. Os custos de produção ainda não chegaram aos patamares aceitáveis para trazer rentabilidade aos produtores”.

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reconheceu que a safra 2023/2024 deve ser uma das mais complexas dos últimos tempos e resumiu os problemas climáticos como fonte de incerteza para os produtores, que ainda estão colhendo a soja.

    As informações são do último levantamento realizado em janeiro sobre a safra de grãos.

    O setor solicitou ao Ministério da Agricultura a prorrogação dos financiamentos rurais com a manutenção das taxas de juros contratuais e antecipação das linhas de pré-custeio com condições especiais de taxas e prazos.

    Com a colheita de soja abaixo de 30%, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, enfatizou a necessidade de cautela na concessão de medidas econômicas.

    “Para não criar um clima de instabilidade, precisamos ficar atentos e socorrer o produtor quando precisa, mas não podemos fragilizar o sistema financeiro que é tão importante, inclusive com captação de recursos no mercado internacional e através do setor privado”, disse.

    Por outro lado, Geller reforçou que o governo está comprometido com o produtor e que continuará no Show Rural nesta quinta-feira (8), discutindo com as cooperativas os problemas do setor e as possíveis soluções para o setor.

    Para os produtores que lidam com as perdas, por ora, Carlos Fávaro ressaltou o Plano Safra 23/24, com linhas de crédito alternativas com juros competitivos para compra de equipamentos, máquinas, armazéns e custeios. Os juros ficam abaixo de 8% ao ano.

    Suspensão imediata da importação de tilápia e novos mercados

    Visando garantir a segurança sanitária nacional, o ministro da Agricultura informou que determinou nesta terça a suspensão imediata da importação de tilápia do Vietnã.

    “Os protocolos serão revisados para sermos mais competitivos e acessarmos mercados mais exigentes”, explicou.

    Após abrir novos mercados no último ano, o Ministério da Agricultura está confiante de que em 2024 haverá mais possibilidades de exportação da produção brasileira, principalmente devido à segurança sanitária. A Coreia do Sul e o Japão estão no radar, segundo Fávaro. Hoje, esses países não importam suínos e bovinos brasileiros.

    “Desde 2019 não tínhamos habilitação para a China e na pandemia tivemos 11 plantas brasileiras embargadas. Já desembargamos dez, habilitamos novas plantas em 2023 e, aguardem, até o meio do ano teremos número recorde de abertura de mercado de proteínas animais para a China”, enfatizou Fávaro.

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