Metade dos consumidores observa se processo produtivo é sustentável, diz pesquisa
Levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria mostra que cresce parcela de brasileiros que se preocupam com consumo consciente
A importância da sustentabilidade para os consumidores brasileiros tem aumentado. É o que mostra pesquisa “Retratos da Sociedade: Hábitos Sustentáveis e Consumo Consciente”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira (18), em que metade (50%) dos entrevistados afirmou que verifica se o produto que pretende adquirir foi feito de forma ambientalmente sustentável, sendo que 24% sempre checam, e 26% na maioria das vezes. Em 2019, última edição da pesquisa, esse percentual era de 19% para ambas opções.
Ainda de acordo com a pesquisa, 74% dos brasileiros dizem adotar hábitos sustentáveis, sendo que 30% deles fazem isso “sempre”, 44% “às vezes”.
O levantamento também mostra que 38% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos orgânicos — aqueles produzidos sem agrotóxicos e fertilizantes químicos. Em 2019, esse número era de 36%.
Entre aqueles com renda acima de cinco salários mínimos, 53% compram esse tipo de alimento, mesmo custando mais. Já na faixa que ganha até um salário mínimo, esse percentual cai para 28%.
Além disso, 38% dos entrevistados disseram estar dispostos a gastar mais em produtos que adotam procedimentos para que os animais vivam de forma mais próxima ao natural ou que diminuam seu sofrimento.
Porém, também foi pontuado por dois terços dos pesquisados que estes produtos são mais difíceis de se encontrar em lojas, enquanto 26% afirmam conseguir ter acesso a eles com facilidade.
Reciclagem
A pesquisa da CNI apontou ainda que 68% dos brasileiros têm o hábito de separar materiais para reciclagem. Mais uma vez, um crescimento no percentual quando comparado edições anteriores: em 2019, era de 55%; em 2013, 47%.
Os materiais que o brasileiro mais separa para ser reprocessados são plásticos em geral, incluindo garrafas PET, citados por 76% dos entrevistados, seguido de alumínio
(56%), papel/papelão/jornal (53%) e vidro (47%).
Contudo, 32% dos entrevistados destacaram a falta de costume ou esquecimento para fazer a separação. Outros 18% dos respondentes alegaram não haver coleta seletiva na rua, bairro ou cidade em que vivem. Ainda assim, houve uma melhora em relação a 2019, quando o índice era de 25%.
Desperdício de água e comida
Outro dado revelado pela CNI é que 70% dos brasileiros procuram sempre evitar o desperdício de água, enquanto 20% afirmam o fazer na maioria das vezes. Quanto ao hábito de reaproveitar a água, 53% dos entrevistados disseram ser algo frequente em sua rotina; e, para 20%, às vezes.
Já sobre o desperdício de alimentos, 73% afirmaram buscar sempre evitar a prática, enquanto 16% disseram que buscam fazê-lo na maioria das vezes.
Em relação a gastos desnecessários de energia, 65% dos entrevistados sempre adotam medidas para evitar o desperdício e outros 21% apontaram que essa é uma prática a qual recorrem na maioria das vezes.
A reutilização de embalagens de produtos é outra prática comum: 46% dizem sempre reaproveitá-las, enquanto outros 22% o fazem às vezes
A pesquisa da CNI entrevistou 2.019 pessoas a partir de 16 anos em todos os estados e no Distrito Federal entre 8 e 12 de outubro de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
(*texto publicado por Tiago Tortella)
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