Mesmo com aumento, preço do diesel segue defasado, diz associação de importadores
Antes do reajuste, defasagem era de 46 centavos, após o reajuste, ela segue em 21 centavos
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que, mesmo após o reajuste de quase 9% no preço do diesel, o valor ainda esteja 21 centavos abaixo do que seria adequado para que o combustível tivesse paridade internacional. Na prática, isso significa que os fatores externos, como o custo de produção e o aumento da cotação do dólar, exigiriam uma elevação ainda maior.
A partir desta quarta-feira (29), o valor médio do diesel vendido pela companhia a distribuidoras passará de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro. Nas contas da Abicom, o ideal seria R$3,27.
“Foi muito pouco. Nós entendemos a dificuldade da Petrobras nesse momento em que existe uma pressão clara e externada por parte do presidente do Congresso, mas o que a Petrobras deveria estar fazendo é acompanhar a variação do mercado internacional e fazer os ajustes com frequência maior, pra que a diferença não fique tão grande a ponto de ser difícil repará-la depois”, disse à CNN o presidente executivo da Abicom, Sérgio Araujo.
Araujo se refere às críticas de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que criticou o novo aumento no valor cobrado pela Petrobras. Ele disse que o assunto será discutido pelos líderes partidários nesta quarta-feira (29/9). “O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, afirmou.
“Como não somos autossuficientes na produção do óleo diesel, precisamos importar 25% da demanda, porque as refinarias nacionais não conseguem produzir o suficiente. Esse volume importado acaba sendo importado pela própria Petrobras, que continua sendo o agente formador de preço no mercado nacional.
Quando a Petrobras pratica preços abaixo da paridade, ela inviabiliza as importações de agentes privados e ela que acaba fazendo as importações por conta própria, o que dá uma sinalização ruim pro mercado e pra eventuais investidores que desejam investir no Brasil, é desestimulante”, explica Araújo.
A CNN questionou a Petrobras sobre as considerações da Abicom e de Lira e aguarda retorno.