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    Ibovespa alivia perdas, mas fecha com queda de 1,23% em repercussão negativa com BC; dólar estabiliza em R$ 4,77

    Resultado é reflexo da surpresa de investidores que esperavam uma sinalização mais forte do Banco Central quanto à possibilidade de um corte de juro em agosto

    Da CNN , São Paulo

    O Ibovespa caiu de forma generalizada e o dólar ficou estável nesta quinta-feira (22), com investidores repercutindo negativamente a falta de sinalização do Banco Central (BC) em iniciar o corte de juros a partir de agosto.

    Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 13,75% ao ano, como já era esperado pelo mercado. A frustração, porém, ficou com o tom duro do comunicado.

    O cenário global também não contribuiu ao fechar sem direção definida com investidores analisando as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, sobre novas altas dos juros ainda neste ano.

    Diante destas pressões, o Ibovespa encerrou a sessão com queda de 1,23%, aos 118.934 pontos.

    O mercado recuperou parte das perdas nos momentos finais do pregão. Durante o dia, a desvalorização chegou a se aproximar de 2%, na margem dos 118 mil pontos.

    O clima negativo fez investidores buscarem proteção no dólar, que voltou a subir ante o real. A moeda norte-americana fechou o dia com leve queda de 0,08%, negociada a R$ 4,771 na venda.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, como esperado, e manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, defendendo que é preciso ter “paciência” no controle dos preços.

    Como nas decisões anteriores neste ano, a manutenção do patamar ocorre em meio a pressões de governos, empresários e entidades representantes dos setores produtivos para que se inicie o ciclo de fim do aperto monetário.

    Contudo, mais do que a decisão em si, a expectativa maior era pelo comunicado que o Copom divulga contextualizando sua decisão. Esperava-se que o texto indicasse o início do ciclo de afrouxo monetário, ou, o início de cortes na taxa.

    Mas o tom do Comitê não foi nessa linha. O colegiado voltou a citar “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à inflação.

    Quedas em bloco

    As ações mais sensíveis à economia doméstica puxaram as quedas do Ibovespa nesta quinta. A lista foi puxada pelos papéis da Eztec (EZTC3), com perdas de 6,28%, enquanto Alpargatas (ALPA4) retraiu 5,95%.

    As principais empresas do Ibovespa também reforçaram a queda do pregão.

    Sem a referência das negociações do minério de ferro no porto de Dalian devido ao feriado na China, a Vale (VALE3) perdeu 0,54%.

    Já os papéis da Petrobras caíram em reflexo à desvalorização do petróleo no mercado global. O barril do tipo Brent fechou a sessão com queda de 3,86%, a US$ 74,14.

    As ações preferenciais da estatal (PETR4) caíram 1,26%, enquanto as ordinárias (PETR3) tiveram perda de 1,65%.

    Cenário global

    O cenário global também foi marcado pela cautela diante das novas declarações do presidente do Fed sobre os rumos dos juros nos Estados Unidos.

    Em Wall Street, Dow Jones perdeu 0,03%, enquanto S&P 500 desvalorizou 0,36%. Na contramão, Nasdaq subiu 0,93.

    No Velho Continente, o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,54%.

    Durante o segundo dia de audiência no Congresso, Powell disse que a queda das taxas devem esperar até que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

    “Estamos pelo menos perto de onde achamos que nosso destino está… e só faz sentido nos movermos… em um ritmo cuidadoso”, disse

    Na véspera, ele já havia afirmado que nova alta de 0,50 ponto percentual nos juros é “um bom palpite”.

    Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) surpreendeu o mercado ao acrescentar meio ponto nos juros, elevando a taxa a 5%.

    Publicado por Gabriel Bosa, com informações da Reuters.

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