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    Ibovespa fecha em queda com risco fiscal e mercado externo no radar; dólar cai

    Moeda norte-americana encerrou a R$ 5,52, valor mais baixo desde 17 de novembro

    Do CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda de 0,15%, aos 105.529,50 pontos, nesta quinta-feira (13), após apresentar forte volatilidade ao longo do dia. Os investidores ficaram atentos às preocupações fiscais e acompanhavam o mercado externo.

    Os papéis de petrolíferas, de bancos e de frigoríficos deram suporte ao índice local, enquanto mineradoras e siderúrgicas, assim como varejistas e empresas ligadas ao setor de tecnologia ficaram do lado oposto.

    Ao mesmo tempo, o dólar terminou com desvalorização de 0,13%, cotado a R$ 5,528. A moeda norte-americana rondou altos e baixos ao longo da tarde, e acabou o dia no menor valor desde 17 de novembro do ano passado (R$ 5,526), ainda em meio a um ambiente de correção global na divisa dos Estados Unidos como fruto dos debates sobre os próximos passos da política monetária do Fed.

    A possibilidade de o governo federal aumentar gastos em meio à reivindicação de reajuste por servidores públicos continua no radar dos investidores, devido ao risco de descontrole fiscal.

    Servidores públicos federais se organizam para realizar uma possível paralisação no próximo dia 18. O movimento, apoiado por 37 associações e sindicatos, tem objetivo de pressionar o governo por reajuste salarial e ameaça promover uma greve por tempo indeterminado em fevereiro, caso não seja atendido.

    Em meio aos protestos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá no fim desta quinta-feira uma reunião com o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Isac Falcão.

    Outro ponto de atenção para o mercado está no decreto assinado pelo presidente da República, que dá poder à Casa Civil na execução do orçamento. Analistas avaliam que a medida enfraquece o ministro da Economia, Paulo Guedes, e dá mais poder ao centrão em ano eleitoral, o que traz mais pressão aos gastos públicos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Marfrig (MRFG3) +5,18%
    • PetroRio (PRIO3) +3,09%
    • Santander (SANB11) +2,94%
    • Petrobras (PETR3) +2,42%
    • JBS (JBSS3) +1,73%

    Maiores baixas

    • Banco Inter (BIDI11) -9,87%
    • Locaweb (LWSA3) -8,38%
    • Grupo Natura (NTCO3) -5,09%
    • Raia Drogasil (RADL3) -4,98%
    • Meliuz (CASH3) -4,83%

    Nasdaq

    Com as políticas do Fed, o rendimento do tesouro dos Estados Unidos de dez anos se torna mais interessante aos investidores. O que, consequentemente, impulsiona os índices de Wall Street para baixo, principalmente as ações de tecnologia. Os rendimentos dos títulos aumentam à medida que os preços caem. O Nasdaq fechou em queda de 2,51%,

    Rendimentos mais altos podem reduzir o apelo dos ganhos futuros prometidos por muitos papéis. Quando as notas sobem, os investidores costumam reavaliar os ativos de tecnologia no portfólio. E, dessa forma, o mercado seguiu em frente realizando lucros nas ações do Nasdaq nesta quinta-feira, informou Sameer Samana, estrategista sênior de mercado global do Wells Fargo Investment Institute em St. Louis.

    “Tivemos uma boa recuperação no Nasdaq nos últimos dias, então pode haver algum nervosismo persistente em torno das taxas de juros do Fed e alguma realização de lucros, especialmente antes dos balanços corporativos”, disse o estrategista. E esse movimento do mercado internacional também refletiu o desempenho do Ibovespa hoje.

    O rendimento do Tesouro dos EUA de 10 anos de referência caiu para 1,709%, de 1,724% na quarta-feira. Permanece bem acima dos 1,496% em que encerrou 2021.

    Jerome Powell

    O chair do Fed afirmou na terça-feira (11) que a economia norte-americana está pronta para uma política monetária mais apertada, mas que pode levar vários meses até que as autoridades tomem uma decisão sobre a redução do balanço de cerca de US$ 9 trilhões. Ainda assim, o mercado já espera uma alta de juros em março.

    As altas nos juros aumentam ainda mais a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, naturalmente bem-vistos pelos investidores devido a sua segurança. A perspectiva de alta leva à saída de capital de outros mercados, como o Brasil.

    E o Wells Fargo, por exemplo, espera que o Federal Reserve eleve os juros quatro vezes neste ano, disse o banco privado nesta quinta-feira, rebaixando sua previsão de crescimento em 2022 para a maior economia do mundo devido às crescentes ameaças da variante Ômicron.

    Economistas do Wells Fargo projetam o primeiro aumento da taxa básica norte-americana já em março, quando o Fed também deve encerrar seu programa mensal de compras de títulos, seguido de aumentos em todos os trimestres subsequentes deste ano.

    Os dados dos Estados Unidos abriram espaço para a entrada de compradores da moeda norte-americana.

    Covid-19

    E o coronavírus é mais um ponto de atenção dos investidores. De acordo com a Ativa Investimentos, “com mais de 3 milhões de novos casos nas últimas 24 horas, os mercados seguem repercutindo o avanço no número de infectados pela covid-19 ao redor do mundo”.

    Na última terça-feira, o planeta bateu um novo recorde de registro diário de casos, de acordo com a plataforma Our World in Data. Foram ao todo 3,28 milhões de novas infecções pelo coronavírus, e é a primeira vez que o registro diário pandêmico ultrapassa a casa dos 3 milhões.

    A marca supera o recorde anterior, atingido no último dia 5, quando 2,59 milhões de casos foram registrados em um dia.

    *Com informações da Reuters e Priscila Yazbek, da CNN Brasil

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