Dólar sobe 0,5% com ruídos sobre aumento de gastos; Bolsa avança 0,9%
Manobra do governo para abrir espaço no orçamento para reajuste no Bolsa Família causa preocupação nos investidores
O dólar, que chegou a subir mais de 2% e passar dos R$ 5,27 mais cedo, fechou esta terça-feira (3) em alta de 0,48% ante o real, cotado a R$ 5,19. A alta foi pressionada por preocupações fiscais e com investidores à espera da decisão sobre os juros do Banco Central, a ser anunciada nesta quarta-feira (4).
Já o Ibovespa, que operou em queda em parte do dia, se recuperou e encerrou a sessão em alta de 0,87%, a 123.576,56 pontos. A virada foi puxada pelas ações da mineradora Vale (VALE3), que têm um dos maiores pesos no índice e subiram 3,41%, em um dia de disparada nos preços do minério de ferro.
“Os riscos fiscais voltaram a subir”, afirmou a equipe de estratégia da XP Investimentos, chamando a atenção para as discussões sobre a PEC dos Precatórios, bem como notícias de que o governo quer dobrar o programa Bolsa Família.
O governo federal apresentará nos próximos dias uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que faz um ajuste nas regras de parcelamento dos precatórios, ampliando possibilidade de parcelamento.
A equipe econômica quer, com a iniciativa, abrir um espaço de R$ 34 bilhões para despesas no ano que vem, ganhando folga orçamentária para acomodar um Bolsa Família vitaminado após o presidente Jair Bolsonaro já ter dito que o valor do benefício do programa irá para no mínimo R$ 300, ante média de cerca de R$ 190 hoje.
Mais cedo nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que o governo possivelmente “dormiu no ponto” em relação ao salto verificado na conta de precatórios para o próximo ano, que chegou a R$ 90 bilhões.
Lá fora
Os principais índices acionários de Wall Street fecharam em alta nesta terça-feira, impulsionados pelos papéis de Apple e do setor de saúde, apesar de preocupações com o avanço da variante Delta do coronavírus terem ofuscado parte do brilho de uma temporada positiva de balanços corporativos.
De acordo com dados preliminares, o Dow Jones avançou 0,8%, a 35.117,32 pontos, enquanto o S&P 500 apurou alta de 0,82%, a 4.423,30 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,55%, a 14.761,30 pontos.
Na Europa, fortes balanços de gigantes, incluindo BP e Société Générale, levaram asbolsas a baterem recordes, embora os ganhos tenham sido limitados por preocupações com os crescentes casos da variante Delta do coronavírus e medidas regulatórias da China.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,28%, a 1.794 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,2%, a 465 pontos, fechando em uma máxima recorde de 465,38 pontos.
Na Ásia, o índice de blue-chips da China ficou estável nesta terça-feira, mas as fabricantes de chips lideraram as perdas nas ações de tecnologia em meio às preocupações regulatórias.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve variação positiva de 0,01%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,47%.
*Com Reuters
