Mercado teme que Bolsonaro repita atos de Dilma, diz ex-secretário de Guedes
Intervenção do presidente na Petrobras deixou sistema financeiro atento aos próximos movimentos, afirma Paulo Uebel
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de alterar o comando da Petrobras após uma divergência na política de preços da estatal provocou uma sensação de dèja vu no mercado financeiro, que viu semelhanças com os tempos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Quem afirma é Paulo Uebel, ex-secretário de Desburocratização do ministro da Economia, Paulo Guedes. Uebel disse à CNN nesta segunda-feira (22) que “claramente são governos distintos, mas nesse caso há sim uma similaridade”.
“No governo Dilma, nós vimos várias vezes o governo atuando para ter uma ingerência nas estatais. Isso custou muito caro ao contribuinte. Existe um medo no mercado de que isso vá se repetir, pelas declarações do presidente e pela troca do presidente da Petrobras, que fazia um belíssimo trabalho”, avalia.
“Foi uma sinalização ruim que deixou todos atentos aos próximos movimentos, se vão ser para confirmar esse temor ou não, [confirmando] que a agenda liberal continua valendo”, explica, comentando também o silêncio do ministro Paulo Guedes sobre o tema.
“Faz parte, você precisa compor e respeitar a autoridade do presidente. Mas ele deve estar focado em um bem maior, que são as reformas estruturais. Perdeu a batalha, mas deve estar mirando a aprovação das reformas, que são mudanças importantes, necessárias, estruturais, que vão resolver problemas históricos do Brasil”, espera.
Publicado por Guilherme Venaglia