Mercado opera com foco em avanço da PEC dos Precatórios e dados de emprego nos EUA
Divulgação do Payroll nos Estados Unidos e avanço da PEC dos Precatórios no Brasil são destaques do cenário econômico desta sexta-feira (3)
Os mercados abriram esta sexta-feira (3) de olho nos dados de emprego nos Estados Unidos e no avanço da PEC dos Precatórios no Brasil.
Começando pelo exterior, os futuros americanos têm leve queda, com cautela sobre variante Ômicron e dados do Payroll, que saem às 10h30. Se os dados de emprego vierem fortes, podem reforçar a tese de retirada mais rápida dos estímulos, em linha com as falas de Jerome Powell, que já antecipou que pode anunciar essa redução nos estímulos já na reunião do dia 15 de dezembro.
A variante Ômicron também segue no radar do mercado. Ainda faltam informações precisas sobre a gravidade da nova cepa, mas pesquisadores na África do Sul dizem que a Ômicron está se espalhando mais rápido do que a Delta e teria um risco três vezes maior de reinfecção. A avaliação dos cientistas até o momento é que o número de casos vai ser maior, mas as hospitalizações e mortes vão ser menores.
Na Europa, os índices acompanham o exterior e têm leve queda. A Alemanha ampliou restrições e pode obrigar a população a receber vacina contra Covid-19. Na Ásia, bolsas se recuperaram das perdas dos últimos dias. E a Didi, o Uber chinês, confirmou que prepara o fechamento de capital em Nova York e deve listar as ações em Hong Kong.
Brasil
Vindo para o Brasil, o Ibovespa subiu 3,66% na quinta-feira (2) e fechou com a maior alta diária em 18 meses, puxado pela aprovação da PEC dos Precatórios no Senado.
Como o texto foi modificado, ele teria que voltar para a Câmara, mas o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) vai propor que o Congresso faça uma promulgação parcial, fatiando a PEC e deixando para 2022 a votação das mudanças.
O Senado alterou o texto para “carimbar” a destinação dos recursos ao Auxílio Brasil, as despesas com saúde, previdência e assistência social. Como o espaço do teto não pode ser usado para outros gastos, a avaliação é que regras se afrouxaram, mas não caíram por completo.
Conforme destaca a Suno Research, não é que todo mundo esteja comemorando, mas, a alternativa que se desenhava, de decretar calamidade, seria praticamente assinar um cheque em branco para um ano eleitoral, e o risco de descontrole fiscal seria maior.
Também há uma visão de que o texto estava pior na Câmara, sinalizando que os senadores podem frear ímpetos de gastos do governo.
Gabriel Barros, da RPS, resumiu o cenário: ‘um fim horroroso é melhor que um horror sem fim’. Como a lógica do mercado é focada no curto prazo, a sensação de virar a página animou.
Com a PEC avançando, o mercado ignorou a queda do PIB. Mas isso porque o resultado, apesar de fraco, já era esperado e as atenções estão voltadas para o que está por vir.
O índice Ibovespa futuro cai 0,47% após forte alta de ontem, indo para 104.170 pontos. O dólar sobre 0,11%, a R$ 5,66, com o S&P Futuro com leve alta de 0,02%, a 4.578 pontos.
Agenda do Dia
Acabaram de sair os dados da indústria brasileira no mês de outubro. A produção industrial caiu 0,6%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A agenda no exterior está cheia. Às 10h30 serão divulgados os dados do payroll, índice de emprego dos EUA, além do índice de atividade do setor de serviços e os pedidos à indústria.