Mercado opera com cautela à espera dos dados de inflação nos EUA
Analistas projetam alta de 7% no Índice de Preços ao Consumidor nos Estados Unidos, que seria a maior inflação nos últimos 40 anos
Os mercados operavam nesta quarta-feira (12) à espera da divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos.
Índices futuros americanos tinham leve alta nesta manhã, diante da cautela com o resultado do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês). O principal indicador sobre inflação americana será divulgado às 10h30.
O mercado projeta que o índice de dezembro vai subir 7% na comparação anual, marcando a maior inflação dos últimos 40 anos. Com a expectativa da maior inflação em décadas, a tese de que o Federal Reserve (Fed) vai fazer quatro aumentos de juros este ano vem ganhando força.
Por outro lado, as falas do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell não alimentaram a visão mais dura sobre os juros. O presidente do BC americano indicou que 2022 vai ser o ano em que o Fed vai desfazer as políticas da pandemia.
Ele disse também que o Fed vai reduzir o balanço patrimonial mais rápido do que da última vez. Em resumo, confirmou as expectativas de aumento de juros e redução dos estímulos, mas sem nenhum elemento novo.
Com um tom menos duro que o esperado, o mercado respirou aliviado e as bolsas subiram nesta terça-feira (11).
Na Ásia, as bolsas também fecharam em alta, refletindo o alívio visto em Nova York. Na Europa, bolsas seguem no mesmo embalo e sobem pela manhã.
Brasil
Vindo para o Brasil, investidores ainda repercutem os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o anúncio de reajuste dos combustíveis pela Petrobras. Com as duas notícias sinalizando inflação mais pressionada, as negociações com títulos apontaram uma expectativa de juros mais altos no cenário nacional.
Depois do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao programa de refinanciamento para pequenas empresas (Refis), a Procuradoria-Geral da Fazenda anunciou dois programas de regularização de dívidas para pequenos empresários.
Ontem, em reunião no Ministério da Economia, os ministros Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde) discutiram a liberação de créditos extraordinários para combater os efeitos do avanço da variante Ômicron.
O mercado enxerga como mais uma fonte de pressão sobre gastos públicos, mas como não há nada concreto por enquanto, ainda não há um impacto nos preços dos ativos.
Por fim, o Governo do Estado de São Paulo deve anunciar restrições a grandes eventos nesta quarta-feira. O mercado monitora a extensão das restrições e os efeitos na atividade econômica.
O Ibovespa Futuro opera em baixa de 0,13%, a 104.662 pontos, com o dólar subindo 0,35%, a R$ 5,60. O S&P 500 Futuro sobe 0,06%, a 4.715 pontos.
Agenda do Dia
No Brasil, sai o resultado do fluxo cambial, às 14h30. No exterior, o destaque fica por conta da inflação americana, divulgada às 10h30. Também será apresentado o livro bege, que reúne dados e expectativas sobre economia americana dos Feds regionais.