Mercado não vai dar mais benefício da dúvida de mudar o arcabouço fiscal, diz economista
Especialista avalia que governo federal ainda possui amplo espaço para realizar cortes de despesas
Em entrevista à CNN, nesta terça-feira (9), o economista-chefe da Ryo Asset e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), Gabriel Barros, comentou sobre as discussões para possíveis mudanças no teto de gastos, a regra que impede que as despesas públicas subam acima da variação da inflação registrada no ano anterior.
Barros avalia que o mercado não vai “dar mais o benefício da dúvida de mudar o arcabouço fiscal sem entregar nada no curto prazo”.
“O Congresso Nacional, com as três PEC’s que aprovou destruiu, o que eu chamo de “tecnologia do teto”. Qualquer regra fiscal nova vai passar por um problema de execução”, afirmou.
Para o economista, o governo federal ainda conta com um amplo espaço para cortar despesas do orçamento público.
“Quanto conseguimos economizar em uma reforma administrativa – ainda que ruim? Em 10 anos é, por baixo, R$ 200 bilhões. Fusão de políticas sociais, se fizermos, quanto da para economizar? No barato, R$ 20 bilhões por ano… mais de R$ 200 bilhões em 10 anos. Sem contar o ganho que você tem com cortes de concessão irregular. Matematicamente, é errada a ideia de que não tem mais onde cortar no orçamento público”, disse.
Barros ainda criticou a ideia de substituir a regra de gastos por uma regra de dívida para servir como âncora da política fiscal.