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    Mercado mantém expectativa de corte mais agressivo nos juros, o 1º em três anos

    Na última vez que o Copom reduziu a Selic, mundo atravessava as incertezas geradas pela pandemia da Covid-19

    Gabriel Bosada CNN , São Paulo

    A poucas horas do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgar a decisão da taxa de juros, investidores do mercado financeiro reforçam a perspetiva de cortes mais agressivos na Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

    Caso se concretize, será o primeiro desconto na taxa em três anos.

    A última vez que o Copom decidiu por reduzir os juros foi em agosto de 2020, quando a taxa passou de 2,25% para 2% ao ano — o menor patamar da história.

    Dados da Opção de Copom da B3 — plataforma que permite a negociação de contratos da taxa de juros na bolsa brasileira — desta quarta-feira (2), mostram que a redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) é a aposta de 57% dos investidores, enquanto a queda de 0,25 p.p. é esperada por 40%.

    O restante se divide entre descontos de 0,75 p.p e 1 p.p, ou na manutenção do patamar atual.

    O cenário mantém a tendência vista desde a segunda-feira (24) da semana passada, quando as expectativas de um corte mais arrojado passaram a ser maioria entre os contratos da Opção de Copom.

    Os dados desta quarta, porém, mostram desaceleração nas expectativas. Na última quarta-feira (26), as apostas na queda de 0,50 p.p. atingiram o pico de 65%, enquanto a expectativa pela redução de 0,25 p.p. estava em 33,5%.

    Cenário incerto

    Os dados da plataforma da B3 divergem com o cenário apresentado pelo boletim Focus, a pesquisa semanal que o BC faz com mais de uma centena de agentes do mercado.

    A publicação desta segunda-feira (31) mostrou maior tendência para o corte de 0,25 p.p em agosto, e outro de 0,75 p.p na reunião do Copom agendada para os dias 19 e 20 de setembro.

    A pesquisa reforçou a expectativa do mercado por novas quedas, levando a Selic para 12% ao fim do ano. Após a reunião de setembro, a cúpula da autoridade monetária se reúne mais duas vezes, sempre em um intervalo de 45 dias.

    Três anos sem cortes

    Na última vez que o Copom reduziu os juros, em agosto de 2020, o mundo ainda vivia as incertezas causadas pela pandemia da Covid-19.

    A decisão de jogar a taxa básica de juros ao menor patamar da história ocorreu seis meses após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus em território nacional, em 26 de fevereiro.

    À época, bancos centrais ao redor do mundo e especialistas já previam uma forte desaceleração da economia global em consequência das medidas de restrições para a circulação de pessoas e mercadorias.

    Para evitar uma queda maior, autoridades monetárias em todo o mundo adotaram políticas de juros baixos para facilitar o acesso ao crédito e estimular setores econômicos.

    O Copom manteve os juros em 2% ao ano por cinco meses, até janeiro de 2021, quando começou a subir paulatinamente a taxa diante das expectativas de aumento da inflação, também gerada pela desorganização das cadeias de produção e logística.

    O BC manteve o ritmo de alta até agosto de 2022, estacionando a Selic ao atual patamar de 13,75% ao ano.