Mercado eleva projeção de inflação para 6,03% ao ano, aponta Focus
Aumento da expectativa vem logo após IPCA de abril vir levemente acima do esperado
Os economistas de mercado ouvidos pelo Banco Central (BC) elevaram de 6,02% para 6,03% a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial para medir a inflação do país, ao fim de 2023. A projeção está publicada no Boletim Focus desta segunda-feira (15), semana que começa com perspectiva de avanço nas discussões políticas para articular a votação da proposta do novo marco fiscal para a economia brasileira.
Para 2024, há nova previsão de diminuição do índice que mede o processo inflacionário: de 4,16%, registrado há uma semana, para 4,15%. Já para os anos de 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em 4%.
Quanto à taxa básica de juros (Selic), as perspectivas foram mantidas em 12,5% ao fim de 2023; 10% em 2024 e 9% em 2025. Para 2026, porém, a projeção foi reduzida de 9% para 8,75%.
Para o crescimento da economia brasileira, a média das estimativas é mais positiva do que a registrada há sete dias: a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1% para 1,02% em 2023. Para 2024, no entanto, as expectativas para a expansão do PIB foram reduzidas de 1,4% para 1,38%. A projeção caiu de 1,8% para 1,7% para 2025 e foi mantida em 1,8% para 2026.
Acompanhando tendência das semanas anteriores, o mercado projeta nova redução para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”. Para 2023, a estimativa caiu de 2,14% ao patamar de 2,03%. Já nos próximos períodos analisados foram mantidas as projeções de 4,14% para o ano que vem e 4% para os dois anos subsequentes.
O Boletim Focus traz ainda as projeções para o câmbio no fechamento deste e dos próximos três anos. Para 2023, a mediana das estimativas foi mantida em R$ 5,20. Para 2024 e 2025, perspectiva de queda de R$ 5,25 para R$ 5,20 e, em 2026, moeda norte-americana cotada em R$ 5,30.
Já com relação às contas públicas do país, foram mantidas as projeções para a relação entre dívida e PIB, em 60,7% ao final de 2023. Para o ano que vem, nova elevação, de 64,1% para 64,2%. Em 2025 a estimativa foi mantida em 67% do PIB e em 2026, comprometido estimado em 67,2%.