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    Mais biscoito e macarrão na quarentena: lucro da M.Dias Branco salta 51,5%

    A receita líquida do período bateu recorde trimestral de R$ 1,89 bilhão, ao crescer 22,2% quando comparada ao desempenho obtido um ano antes

    Nayara Figueiredo, da Reuters

    A companhia de alimentos M. Dias Branco registrou avanço de 51,5% no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2019, para R$ 152,4 milhões, impulsionado pela combinação entre um plano estratégico de crescimento em curso e o aumento no consumo de massas durante a pandemia de coronavírus.

    Uma das maiores produtoras de farinha de trigo, massas e biscoitos do Brasil, a companhia viu seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subir 23,5% no segundo trimestre, para R$ 225,6 milhões, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira.

    A receita líquida do período bateu recorde trimestral de R$ 1,89 bilhão, ao crescer 22,2% quando comparada ao desempenho obtido um ano antes.

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    “Crescemos dois dígitos na região que chamamos de ‘ataque’, composta por Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e também dois dígitos na região ‘defesa’, onde já somos consolidados, que é o Norte e Nordeste”, disse à Reuters o CFO da M. Dias Branco, Gustavo Theodozio.

    O executivo destacou que os preços médios cresceram em todas as categorias em que a empresa atua, ao mesmo tempo que os volumes de vendas de biscoitos, massas e farinha/farelo de trigo também avançaram dois dígitos.

    O volume total de vendas subiu 19% no segundo trimestre, para 536,1 mil toneladas, puxado pelo desempenho da área de massas, que marcou um salto de 37,4% na comercialização, alcançando 129,7 mil toneladas.

    Apesar dos demais resultados positivos serem atribuídos a um plano estratégico que vem sendo colocado em prática pela M. Dias nos últimos anos, incluindo a importante aquisição da companhia Piraquê, o avanço na demanda por massas foi associado ao período da pandemia do novo coronavírus, tanto no mercado interno quanto externo.

    As medidas de isolamento domiciliar para conter a disseminação da Covid-19 já vinham contribuindo com a M. Dias, no que se refere a aumento de venda de itens básico no varejo durante o primeiro trimestre e o cenário se estendeu entre abril e junho.

    “(No segundo trimestre) ainda foi uma demanda muito forte, principalmente em espaguete, macarrão. Também teve crescimento em margarinas, biscoitos, itens básicos”, disse o diretor financeiro.

    Segundo ele, a percepção é que de o auxílio financeiro fornecido pelo governo federal durante a pandemia ajudou a manter o consumo das famílias.

    Para os próximos meses, considerando o fim do benefício, eles reconhecem que uma recessão deve pesar sobre o poder de compra do consumidor, mas destacaram que o portfólio de produtos da M. Dias Branco também contempla itens de menor valor agregado que podem se sobressair na crise.

    “Se vier uma busca do consumidor por produtos mais básicos, a M. Dias pode surfar uma onda nos itens de baixos preços”, estimou o executivo.

    Do ponto de vista de matéria-prima, a companhia disse que atingiu o maior nível histórico de verticalização de farinha de trigo (99%) e de gordura vegetal (100%). “Cerca de 55% do nosso custo foi com estes insumos que fabricamos internamente”.

    Disparada externa

    No mercado internacional, a empresa obteve recorde de receita, com alta de 526% nas exportações do segundo trimestre, para R$ 93,3 milhões.

    “A margarina e os biscoitos eram os volumes (de vendas) esperados para chegar com a internacionalização da companhia, o que teve crescimento da demanda vindo da pandemia foi das massas”, disse o diretor de Relações com Investidores, Fábio Cefaly.

    O diretor financeiro, Theodozio, destacou que a empresa passou por um processo de reestruturação desde 2016 que permitiu atender a demanda excedente que veio do aumento de consumo no lar em várias partes do mundo, contra o coronavírus.

    Dentre os principais compradores, o CFO destacou os países de língua portuguesa na África, além de Paraguai, Uruguai, El Salvador e os norte-americanos.

    “É um mercado que tem crescido muito, com marca própria que vendemos nos EUA. Começamos a vender para varejistas, principalmente biscoitos e torradas.”

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