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    Maioria acredita que ações individuais podem aliviar crise climática — geração Z é mais pessimista

    Pesquisa realizada em 33 países pela Ipsos avalia a percepção da população com relação ao meio ambiente

    Aline Scherercolaboração para a CNN

    Sete em cada dez pessoas no Brasil e no mundo acreditam que “se todos fizessem pequenas mudanças em suas vidas cotidianas, isso poderia ter um grande impacto no combate às mudanças climáticas”, diz a pesquisa Earth Day 2024.

    Esse consenso, no entanto, varia entre as gerações e gêneros, diz o levantamento realizado pela Ipsos, empresa de pesquisa de mercado independente, com quase 25 mil pessoas em 33 países, sendo cerca de 1.000 respondentes no Brasil.

    Embora as pessoas mais jovens costumem ser mais otimistas do que as pessoas mais velhas numa série de questões, a pesquisa global conclui que as mudanças climáticas parecem ser a exceção à regra.

    Responderam positivamente à pergunta sobre se todos fizessem mudanças individuais nas suas rotinas e hábitos isso causaria um grande impacto no alívio à crise climática, 73% dos Boomers (geração nascida entre 1945 e 1964), 71% da Geração X (1965 até 1980), 68% dos Millennials ou Geração Y (nascidos entre 1982 e 1994) e 63% da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010).

    As empresas, governos e demais organizações que estão elaborando estratégias de ação climática podem precisar ajustar anúncios e mensagens para uma linguagem que envolva melhor os funcionários, clientes e fornecedores mais jovens.

    Homens da geração Y e da geração Z são o grupo mais apático e fatalista sobre as mudanças climáticas em comparação com as gerações anteriores e as mulheres. Três em cada dez dizem que “já é tarde demais” para enfrentar as alterações climáticas e acham que não podem fazer diferença, se sentindo particularmente impotentes.

    Proporções semelhantes de homens jovens acreditam que “não faz sentido mudar o seu próprio comportamento para enfrentar o clima mudar porque não vai fazer alguma diferença de qualquer maneira”.

    Além disso, mesmo com o maior volume de reportagens sobre recordes de calor, inundações e incêndios relacionados à crise climática nos últimos anos, homens millennials e os homens da geração Z também são o grupo de corte da pesquisa mais suscetível a acreditar que “o impacto negativo das alterações do clima está muito distante no futuro para eles se preocuparem”.

    Mas a maioria das pessoas em todos os países pesquisados, com exceção da Índia, pensa que não é tarde demais para enfrentar as alterações climáticas. No entanto, a pesquisa descobriu que as pessoas não têm conhecimento sobre quais ações individuais têm o maior impacto.

    A conclusão mostra que há trabalho a fazer para comunicar quais as ações que possuem maior impacto no corte de emissões e como fazê-las. Para 37% dos entrevistados, ter acesso fácil a mais informações os encorajaria a tomar mais medidas.

    Governos

    O número de pessoas que pensam que o seu governo tem um plano claro para combater as mudanças climáticas diminuiu desde 2022. No Brasil, 73% acreditam que o governo federal deveria intensificar seus esforços no combate às mudanças climáticas.

    Na média global, 63% das pessoas acreditam que seus países deveriam fazer mais. Indonésia, China e Tailândia são os países onde mais pessoas acreditam que seus governantes deveriam intensificar as ações.

    Moradores da Alemanha, Holanda e Japão são os que menos concordam com a necessidade de fazer mais para combater as mudanças climáticas. O Brasil ocupa a 8º posição nesta lista. E a margem de erro para as respostas no Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

    Para 40% dos brasileiros, o Brasil já é um líder mundial na luta contra as mudanças climáticas. As nações com maiores índices de concordância são China (75%), Índia (73%), e a Indonésia (54%), enquanto os países com menores índices são Japão (12%), Romênia (10%) e Hungria (9%).

    Globalmente, o levantamento também revela que 63% acreditam que países desenvolvidos, como os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha e França, devem pagar mais para resolver o problema climático, dada sua maior responsabilidade histórica na produção de emissões de carbono.

    Mas quando questionados sobre “não podemos enfrentar plenamente as alterações climáticas a menos que todos os países trabalhem em conjunto”, três a cada quatro pessoas (74%) no mundo acreditam que todos os países devem trabalhar juntos na resolução deste problema.

    Empresas

    Quase três em cada cinco pessoas concordam que se as empresas do seu país não agirem agora para combater as alterações climáticas, estão falhando com seus funcionários e clientes, com um consenso geral entre as gerações sobre isso.

    As marcas que falam e tomam medidas para combater as alterações climáticas estão fazendo o que a maioria das pessoas espera, desde estudantes iniciantes até veteranos e veteranas experientes.

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