Magalu e IRB: confira as maiores altas e baixas do Ibovespa em 2020
Entre as empresas que apresentaram as maiores variações positivas no período estão varejistas que conseguiram aproveitar o bom momento para as compras online
Os últimos 12 meses trouxeram muita volatilidade ao mercado acionário brasileiro. Enquanto o Ibovespa vivia seu melhor momento entre o fim de 2019 e o começo de 2020, os investidores nem sonhavam com o tamanho da crise que os esperava.
Diante disso, vimos várias empresas despencarem na bolsa de valores, principalmente no setor de turismo. Ao mesmo tempo, algumas conseguiram segurar as pontas e alcançar fortes valorizações, de até 86% entre setembro do ano passado e o fechamento do último pregão, na segunda-feira (21).
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Entre as empresas que apresentaram as maiores variações positivas no período estão varejistas que conseguiram aproveitar o bom momento para as compras online, exportadoras que se deram bem com a alta do dólar e empresas de tecnologia.
Do outro lado, estão as ações de empresas ligadas ao turismo, principalmente as companhias aéreas. Uma outra parte do varejo, de empresas que não têm presença forte no digital, viu seus papéis despencarem.
Confira as maiores variações – positivas e negativas – do Ibovespa nos últimos 12 meses:
Maiores altas
Magazine Luiza (MGLU3)
A Magazine Luiza, há tempos, é uma empresa vista como cara para boa parte dos investidores. A empresa, no entanto, não para de se valorizar ano após ano. Não por acaso, é a companhia com maior alta até o fechamento do pregão desta segunda-feira (21).
A companhia, inclusive, precisar[a fazer mais um desdobramento de ações para deixar os papéis mais acessíveis. No último fechamento (nesta segunda-feira), MGLU3 valia R$ 88,7.
O motivo dessa valorização toda? A empresa de Luiza Trajano insiste em entregar, trimestre após trimestre, resultados consistentes. “Você tem o mercado precificando o papel de acordo com os resultados, que sempre surpreendem”, diz Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
WEG (WEGE3)
A produtora de componentes elétricos é um fenômeno na bolsa de valores, ainda que não seja uma empresa tão conhecida.
A WEG apresenta uma gestão operacional robusta, com ganhos de eficiência e de lucros consistentes ao longo dos últimos anos. E os investidores reconhecem isso: em cinco anos, as ações da empresa já tiveram valorização superior a 400%.
Um dos diferenciais da Weg é sua presença em outros continentes, o que possibilita absorver ganhos de eficiência produtiva e logística por se integrar a cadeias globais de produção.
Marfrig (MRFG3)
A alta do dólar favorece as exportadoras, mas este não é o único fator que explica a valorização da Marfrig. O aumento de 175% na venda de carne bovina para a China foi o grande destaque do segundo trimestre, quando a Marfrig teve lucro líquido recorde de R$ 1,59 bilhão.
Apesar da grande valorização nos últimos 12 meses, a companhia ainda não está satisfeita com seu valor de mercado. Em entrevista ao CNN Líderes, o CEO da Marfrig, Miguel Gulate, disse que a ação da empresa ainda está barata. “Não reflete a qualidade da companhia”, disse.
Maiores quedas
CVC (CVCB3)
O setor de turismo foi um dos mais atingidos pela pandemia de Covid-19. As ações ligadas ao setor de viagens são extremamente impactadas por notícias sobre vacinas, lockdown e uma possível segunda onda de coronavírus. Um exemplo disso foi o último pregão, quando as ações da CVC ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa enquanto o mercado temia um novo lockdown na Europa.
E os números mostram o motivo de tanto desânimo com os papéis da CVC. No segundo trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 154,1 milhões, depois de lucrar R$ 55,9 milhões entre abril e junho do ano passado.
Embraer (EMBR3)
Se para as companhias aéreas o momento não é bom, para quem fabrica aviões a fase também não é fácil. Para piorar, a Embraer viu a Boeing cancelar um acordo de US$ 4,2 bilhões pela sua divisão de aviação comercial.
Durante a pandemia, a Embraer demitiu centenas de funcionários e reportou no segundo trimestre um prejuízo de R$ 1,6 bilhão, revertendo resultado positivo de R$ 26,1 milhões no mesmo período em 2019.
IRB (IRBR3)
Antes mesmo do pior momento da pandemia para a economia, a resseguradora já tinha a desconfiança do mercado. Em março, a Berkshire Hathaway, holding de investimentos de Warren Buffett precisou desmentir um boato que dizia que o empresário era um dos grandes investidores do IRB (IRBR3), o que fez as ações da empresa despencarem 30% em apenas um dia.
Antes disso, o um relatório da gestora de fundos Squadra apontou que a empresa aumentou seu lucro de forma artificial em 2019. Segundo a gestora, o lucro de cerca de R$ 1,4 bilhão registrado pelo IRB no três primeiros trimestres seria, na verdade, um prejuízo de R$ 112 milhões. Entre dados extraordinários estavam contabilização de recebimentos de sinistros ainda não pagos e até a venda de participação em um shopping.
Mas, o pior da crise, aparentemente, no IRB já passou. Pelo menos é o que diz o BTG Pactual, em relatório. O banco justifica a afirmação falando sobre uma reforma na gestão da empresa, mas alerta: “a jornada, no entanto, será longa”.
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