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    Maersk estende pausa de navegação no Mar Vermelho após ataques rebeldes

    Nova rota pode provocar atrasos e maior custo

    A companhia de transporte marítimo dinamarquesa recorrerá a uma rota mais ao sul
    A companhia de transporte marítimo dinamarquesa recorrerá a uma rota mais ao sul REUTERS/Murad Sezer

    Agência Estado*

    A Maersk anunciou que estenderá uma pausa já em andamento “pelo futuro previsível” no tráfego de seus navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden. A companhia de transporte marítimo dinamarquesa recorrerá a uma rota mais ao sul, pelo Cabo da Boa Esperança, o que provoca atrasos e também maior custo.

    A empresa lembra que, em 2 de janeiro, havia anunciado uma pausa no tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, diante de ataques recentes, atribuídos a rebeldes houthis do Iêmen.

    A situação “permanece altamente volátil” e “toda a inteligência disponível para nós confirma que o risco de segurança continua em um nível significativamente elevado”, afirma a Maersk.

    Com isso, a empresa optou pela mudança de rota em todas as embarcações. A viagem ao redor da África adiciona cerca de dez dias ao trajeto, gasta mais combustível e exige mais tempo de tripulação, aumentando os custos de frete.

    “Entendemos o impacto potencial que isso terá em nossas operações de logística, mas fiquem com a garantia de que todas as decisões têm sido consideradas de modo cuidadoso e priorizam no fim das contas a segurança de nossas embarcações, do pessoal e de suas cargas”, afirma o comunicado.

    A novidade aumenta o temor sobre problemas mais alongados na entrega de bens que vão de roupas a carros, mesmo depois dos Estados Unidos terem lançado uma operação em 19 de dezembro para proteger o fluxo de navios no Mar Vermelho.

    A Hapag Lloyd teve custos adicionais de dois dígitos de milhões de euros entre 18 e 31 de dezembro pelo desvio de 25 embarcações, afirmou à Reuters um porta-voz da empresa nesta sexta-feira.

    O Canal de Suez é usado por praticamente um terço dos navios de contêineres do mundo, e dar a volta no sul da África aumenta o custo de combustível em 1 milhão de dólares para cada ida e volta entre a Ásia e o Norte da Europa.

    O problema logístico, contudo, foi positivo para as ações das transportadoras, que foram as que mais subiram na Europa desde o começo do ano, com investidores apostando que o aumento das tarifas de frete trará ganhos financeiros às companhias.

    Por outro lado, custos maiores também trouxeram temores sobre um repique na inflação, particularmente na zona do euro.

    Nesta sexta-feira (5), a Goldman Sachs aumentou sua previsão para o núcleo de inflação de maio na zona do euro para 2,3%, ante 2,2% anteriores, por causa dos custos do frete.

    A Maersk diz que continua a esperar uma solução “sustentável no futuro próximo”, mas “encoraja os clientes a se preparar para que persistam as complicações na área e para problema significativo na rede global” de transporte de mercadorias.

    Veja também: 48% das empresas pretendem contratar no início de 2024, diz pesquisa

    *Com informações da Reuters