Lula orientou reuniões com líderes do Congresso antes de divulgar nova regra fiscal, diz Haddad
Haddad classificou como “proveitosa” o encontro que teve na última sexta-feira (17), com o presidente Lula para apresentar a proposta de nova regra
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, disse nesta segunda-feira (20) que realizará uma série de encontros com líderes do Congresso Nacional para tratar da nova regra fiscal antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar a medida.
A pedido de Lula, os encontros buscam uma negociação com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além dos líderes do governo nas duas casas.
“O presidente Lula orientou que antes do anúncio oficial fossem feitas conversas importantes com os presidentes da duas casas e com economistas que não fossem de mercado, para evitar contágio, informações privilegiadas que a gente tem de resguardar e também que pudéssemos falar com Jaques Wagner e [José] Guimarães, o líder no Congresso, o que deve acontecer entre hoje e amanhã”, disse o ministro.
O encontro com o líder do governo na Câmara, José Guimarães, ocorreu às 10h30 desta segunda-feira; a reunião com o líder no Senado, Jaques Wagner, às 11h30.
Conforme Haddad, ainda há orientação de que o nova regra fiscal seja divulgado antes da missão presidencial à China, que acontece a partir do próximo final de semana.
Questionado sobre se o anúncio seria feito antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o ministro falou que “não pode atropelar o processo”.
Na última sexta-feira (17), Haddad se reuniu com o presidente Lula para apresentar ao chefe do executivo o projeto de nova regra fiscal da Fazenda. O ministro classificou como “proveitosa” a reunião.
“Acho que tivemos uma reunião muito boa no Palácio do Planalto, tinha muita preocupação de que vazassem coisas antes do presidente Lula tomar conhecimento. Felizmente, conseguimos que ele fosse o primeiro a conhecer antes de começarem os vazamentos típicos desse tipo de projeto”, apontou.
Haddad também foi questionado a respeito das críticas indiretas realizadas pela presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, neste sábado (18), e contemporizou.
“Primeiro que não vejo essa divisão entre ala econômica e política do governo, nem sei do que se trata. Fui candidato à Presidência da República, então sou de quê ala? E toda decisão é técnica e política, ainda mais uma decisão desta importância, por isso que é o presidente da República que dá a última palavra. Temos que levar todos os subsídios possíveis para que ele tome a decisão que contemple todos os compromissos históricos, de campanha e a sustentabilidade do país”, finalizou o ministro.