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    Lucro do Itaú Unibanco despenca e banco amplia provisão para calotes

    O lucro líquido, que serve de referência para remuneração dos acionistas, caiu 49,3%, a R$ 3,4 bilhões.

    Reuters

    Iniciativa do Itaú combaterá a COVID-19 e seus efeitos sobre a sociedade

    Homem caminhando em frente à agência do Itaú: lucro líquido do banco caiu quase 50% no primeiro trimestre
    Foto: Pilar Olivares – 6.jul.2017/ Reuters

    Os balanços trimestrais mostram que a conta do coronavírus chegou até mesmo aos bancos. Desta vez, foi o Itaú Unibanco que apresentou dados pouco favoráveis. Nesta segunda-feira (4), o maior banco privado do país teve um lucro de R$ 3,91 bilhões no primeiro trimestre de 2020, valor 43,1% menor em comparação com o mesmo período do ano passado. A previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv era de R$ 6,24 bilhões.

    O lucro líquido, que serve de referência para remuneração dos acionistas, caiu ainda mais, 49,3%, a R$ 3,4 bilhões.

    Além disso, o Itaú Unibanco ampliou fortemente a provisão para perdas esperadas com calotes e suspendeu suas projeções de desempenho para 2020, devido aos desdobramentos do coronavírus.

    O principal impacto negativo foi o chamado custo do crédito -que mede as provisões para perdas com inadimplência esperada menos a recuperação de operações em atraso – que teve um salto de 165% sobre um ano antes, para R$ 10,1 bilhões.

    Diante da piora aguda da atividade econômica desde a segunda metade de março, quando governos regionais adotaram medidas de isolamento social para tentar conter a pandemia, economistas têm previsto uma disparada nos números de inadimplência, na esteira do aumento do desemprego e das quebras de empresas.

    Nesse sentido, o Itaú Unibanco estendeu a tendência iniciada na semana passada, com Bradesco e Santander Brasil reportando forte queda do lucro trimestral, também devio a maiores provisões para perdas com calotes.

    Como o efeito econômico das medidas de isolamento ocorreu já perto do fim do trimestre, o efeito prático delas no resultado do Itaú foi quase imperceptível. O índice de inadimplência acima de 90 dias, por exemplo, foi de 3,1% no período, alta de apenas 0,1 ponto nas medições sequencial e anual.

    Outras métricas operacionais tiveram melhora mais modesta. A margem gerencial com clientes teve alta de 3,8% e a receita com serviços e seguros evoluiu 8,2%, a R$ 11,1 bilhões. A carteira de crédito abrangente teve expansão de 18,9%, para R$ 769,2 bilhões.

    Tudo isso, no entanto, foi ofuscado pela piora no cenário, com o banco classificando o momento atual como “momento de grave crise, cuja natureza não tem precedentes nos últimos cem anos”.

    O retorno recorrente anualizado sobre o patrimônio líquido do Itaú, uma medida da rentabilidade, teve um tombo de 10,8 pontos percentuais, para 12,8%, o menor nível em vários anos.

    Em fato relevante, a instituição também anunciou a suspensão de suas projeções de desempenho para 2020, também devido às incertezas criadas pelo efeito da Covid-19.

    “A administração entende ser prudente não divulgar novas projeções neste momento e até que seja possível estimar de forma mais precisa os impactos da referida crise sobre as operações”, afirmou o Itaú Unibanco.

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