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    Lojas de bebidas nos EUA deixam de vender vodcas russas

    Pesquisas em site de varejista local por "vodca russa" agora direciona os compradores para vodca e cerveja ucranianas

    Jordan Valinskydo CNN Business*

    As marcas de vodca fabricadas na Rússia enfrentam intensa reação, com pedidos de boicote se espalhando esta semana para cerca de uma dúzia de estados dos Estados Unidos, incluindo Virgínia, Oregon, Iowa e Carolina do Norte.

    “Isso coloca as marcas de vodca russas em uma posição precária, pois o conflito prolongado não apenas prejudicará as vendas imediatas, mas também poderá causar desilusão permanente contra as commodities russas no longo prazo”, disse Carmen Bryan, analista de consumo da GlobalData, em nota na quinta-feira (3).

    Grandes redes, como Publix e Total Wine & More, também aderiram. Em comunicado, a Publix disse que “está com o povo da Ucrânia” e que a retirada da vodca russa mostrou seu apoio a eles. Publix opera lojas de bebidas apenas na Flórida.

    A Total Wine & More, maior varejista de bebidas do país, com mais de 200 locais em cerca de 30 estados, retirou os produtos russos de seu site e das prateleiras das lojas. A pesquisa por “vodca russa” agora direciona os compradores digitais para vodca e cerveja ucranianas.

    A vodca Russian Standard pode lidar com o golpe desses boicotes, já que seu proprietário, Roustam Tariko, é um bilionário que também possui o Russian Standard Bank. A marca não retornou o pedido de comentário do CNN Business.

    Mas empresas menores que importam vodca russa e têm raízes nos Estados Unidos disseram ao CNN Business que sentirão a dor. Por exemplo, uma das marcas visadas é a Hammer and Sickle, de propriedade da empresa Klin Group, de Massachusetts.

    Em um comunicado, a empresa disse que está “triste com a guerra abominável” na Ucrânia e entende o boicote, mas sua situação é muito diferente da de empresas maiores como a Russian Standard. Produzida por uma família russa, a Klin começou a importar vodca em 2007.

    A empresa disse que “predominantemente residentes de Massachusetts” projetaram a garrafa e desenvolveram o marketing e que a Klin é uma “empresa 100% de propriedade dos EUA”.

    “Embora entendamos o boicote aos produtos russos, devemos ressaltar que a invasão da Ucrânia são ações do governo russo”, disse a empresa. “Boicotar nossa vodca não prejudica o governo russo em nada, mas prejudica uma família russa e seis famílias de Massachusetts que sonhavam em fornecer vodca russa fenomenal a um preço acessível.”

    Um sentimento semelhante foi ecoado na CNN Business por Dave Katz, proprietário da vodca Zyr. Ele disse que o produto é “feito por pessoas muito boas” na Rússia que “não querem guerra”.

    “Todo o pequeno lucro que obtemos fica nos EUA, pagando minha equipe de vendas, modelos promocionais, distribuidores, empresas de mídia social, publicitários, designers, fabricantes de pontos de venda, impressoras e muito mais”, disse Katz. “Nós seremos as únicas pessoas afetadas pela interrupção do Zyr. A Rússia nunca sentirá isso. Putin certamente não sentirá isso.”

    Apesar de estar intimamente associado ao país, muito poucos consumidores dos EUA compram vodca que é realmente fabricada na Rússia.

    “Não há muita vodca fabricada na Rússia no mercado dos EUA”, disse Lisa Hawkins, vice-presidente sênior de assuntos públicos do Conselho de Destilados, ao CNN Business. “As importações de vodca russa para os Estados Unidos caíram quase 79% desde 2011 e representaram apenas 1,3% do total de importações de vodca em 2021”.

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