Lira diz que Câmara vai votar texto de PEC Emergencial igual ao do Senado
Segundo ele, Bolsonaro respondeu “tranquilo e sereno” a decisão de manter o texto do Senado na votação na Câmara
Em pronunciamento feito na tarde desta terça-feira (9), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial que será votado no plenário da Casa será igual ao do Senado.
“A maioria esmagadora dos partidos, da base, decidiu que o melhor será, por todo momento que o Brasil vive, que o auxílio é importante para todos. Nós temos que agilizar esses temas que são para o país tenha previsibilidade de assuntos urgentes”.
Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro respondeu “tranquilo e sereno” à decisão de manter o texto do Senado na votação na Câmara. “Mas toda previsão feita pela Economia é de pagamento em março. Quanto mais rápido a gente aprovar, mais rápido serár”.
Lira se reuniu com líderes partidários governistas e com o relator da proposta, Daniel Freitas, pela manhã. Após o encontro, os dois parlamentares participaram de reunião com Bolsonaro, da qual também participou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Lira, os deputador continuarão a discutir a admissão da PEC hoje em plenário e a votação em dois turnos do texto será amanhã. Disse ainda que depois da votação da PEC, a Casa votará a Lei do Gás.
A PEC Emergencial é peça fundamental para a liberação de novas parcelas do auxílio emergencial. Ela também prevê o acionamento de gatilhos para o reequilíbrio fiscal quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da despesa primária total.
Se o texto for aprovado sem mudanças, a PEC será promulgada em sessão conjunta do Congresso. Porém, se houver mudanças, precisa voltar para o Senado – o que atrasaria o pagamento do novo auxílio.
Pressões da “bancada da bala”
Mais cedo, em entrevista a jornalistas, o relator da proposta na Casa, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), disse que decidiu levar o texto que chegou do Senado inalterado ao plenário da Câmara.
“Esse é o momento que devemos olhar para o país e não especificamente para as corporações, uma classe ou outra. Por isso, ouvindo a todos depois de cinco ou seis dias debruçados na matéria, passei o fim de semana praticamente inteiro reunido com Economia e presidente Bolsonaro e também deputados, conversei com líderes”, disse.
Freitas sofreu pressões da chamada “bancada da bala” para que houvesse mudanças no texto, como a retirada do congelamento de salários dos policiais. O presidente Jair Bolsonaro chegou a defender a alteração e admitiu ontem a possibilidade de o texto ser fatiado, o que não foi bem recebido pelo mercado financeiro.