“Juros do Brasil diminuem a competitividade de mercado”, afirma Presidente da Fiemg à CNN
Flávio Roscoe disse que aumento da taxa Selic inibiria investimentos e reduziria potencial de crescimento econômico do país
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, expressou preocupação com o impacto negativo da alta dos juros na produção industrial brasileira. Em entrevista à CNN Brasil, Roscoe destacou que o aumento da taxa Selic tem consequências prejudiciais para a competitividade do setor no cenário internacional.
Segundo o líder industrial, “toda vez que o juros sobe, a economia inteira entra em retração porque as pessoas, ao invés de consumir ou investir, optam por aplicar o dinheiro no banco, que fica mais atrativo”. Roscoe explicou que esse movimento tem um duplo efeito: desestimula o resgate de aplicações para outros investimentos e encarece o crédito para o setor produtivo.
Impacto no crescimento econômico
O presidente da Fiemg alertou que o aumento do custo do crédito inibe investimentos, reduzindo o potencial de crescimento da economia brasileira. “Uma economia como a brasileira, que é uma economia que ainda tem muito a performar, que precisa crescer e distribuir renda, você inibir a taxa de crescimento dela é muito negativo”, afirmou Roscoe.
O líder industrial enfatizou que os juros elevados impedem que o setor produtivo brasileiro compita em igualdade de condições com outros países no mercado internacional. Isso ocorre porque, ao realizar investimentos em modernização, por exemplo, as empresas brasileiras enfrentam um custo financeiro muito mais alto que seus competidores estrangeiros.
Brasil com a segunda maior taxa de juros real do mundo
Roscoe expressou forte descontentamento com o aumento da taxa Selic, destacando que “o Brasil já tem a segunda maior taxa real de juros do mundo”. Ele argumentou que essa situação compromete a capacidade do país de competir globalmente e prejudica o desenvolvimento econômico a longo prazo.
O presidente da Fiemg concluiu ressaltando a necessidade de uma revisão na política de juros para fomentar o crescimento industrial e econômico do Brasil. Segundo ele, é fundamental buscar um equilíbrio que permita ao setor produtivo nacional competir de forma mais equitativa no cenário global, promovendo assim o desenvolvimento sustentável do país.