Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Juros devem subir no máximo 0,5 ponto, diz Sergio Goldenstein, ex-diretor do BC

    Teremos um crescimento de 2,5% neste ano. É medíocre, disse Goldenstein

    Por José de Castro, da Reuters

     A piora nas expectativas para a economia, o ambiente de incertezas citado nas últimas comunicações do Banco Central e recentes medidas sobre compulsórios indicam que o BC vai limitar o aumento da Selic na quarta-feira (10) a 0,50 ponto percentual, com o juro caminhando para fechar o ano entre 5% e 5,50%, disse Sergio Goldenstein, consultor independente da Ohmresearch Independent Insights.

    “Teremos um crescimento (econômico) de 2,5% neste ano. É medíocre”, disse, avaliando ainda que as expectativas de inflação para 2022 –atualmente o ano mais importante no horizonte relevante da política monetária– não foram contaminadas pelas pressões que se abatem sobre o cenário inflacionário para 2021.

    Além disso, o consultor entende que ser mais agressivo na política monetária agora poderia levantar dúvidas sobre o conceito de que não há relação mecânica entre as políticas cambial e monetária.

    Goldenstein, ex-chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Bacen, acredita que a normalização da política monetária dará algum suporte ao câmbio, reduzindo o caso, nas condições atuais, de o dólar ir para R$ 6 . Contudo, ele tampouco vê a moeda abaixo de R$ 5.

    O dólar estava em torno de R$ 5,61  nesta terça-feira (16).

    “O início da correção na Selic ajuda na correção do câmbio, mas o câmbio depende de mais do que a Selic: depende do quadro fiscal, termos de troca, comportamento global do dólar, Treasuries, ambiente político”, disse, afirmando que, na margem, o fiscal ficou mais delicado e o cenário externo se tornou menos favorável.

    “O cenário para a economia real é mais delicado, menos favorável. E isso, por consequência, afeta os ativos financeiros do país.”

    Do lado da política monetária, o ex-diretor do BC avalia que a própria elevação dos juros é um sinal “hawkish” (mais duro com a inflação) ao mercado e que, no comunicado, o Copom deveria evitar se comprometer com um cenário específico.

    “Num ambiente de incerteza o BC não tem ganhos ao sinalizar os próximos passos. O comunicado tem que deixar opções em aberto, de modo que o mercado possa entender que, se o balanço de riscos continuar a deteriorar, o BC pode, sim, ajustar o ritmo na frente”, afirmou, considerando que, nesse caso, “nada impediria” o BC de aumentar os juros em 0,75 ponto percentual à frente.

    Tópicos