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    Juros altos têm peso muito mais forte na indústria de transformação, diz Fiesp

    Economista-chefe da Federação avalia como "complexa" decisão do Copom

    João Nakamurada CNN São Paulo

    Avaliar a decisão do Banco Central (BC) de manter a Selic em 10,5% “tem sua complexidade”, segundo o economista-chefe da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha.

    De um lado da balança, ele coloca as incertezas que levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) a optar por interromper o ciclo de cortes. Mas do outro, pesa o impacto dos juros altos no setor.

    “A indústria não tem algumas ferramentas de captação com o mercado que facilitam em momentos como os de aperto monetário”, afirmou Rocha à CNN após a decisão do Copom desta quarta-feira (19).

    “O aperto monetário na indústria de transformação é muito forte”, enfatiza o economista ao indicar que o peso dos juros altos é 60% maior para indústria, em comparação com outros setores.

    Complexidade

    Por unanimidade, o Copom votou por interromper o ciclo de corte de juros que vinha sendo praticado desde agosto de 2023.

    O economista-chefe da Fiesp reforça que a decisão foi tomada tendo em vista o “momento de complexidade” que o país enfrenta, que é mais incerto do que o cenário quando a queda da Selic começou, em agosto do ano passado.

    Ele chama atenção para fatores como o aumento expressivo do dólar e das expectativas sobre as taxas longas de juros, aquelas usadas em financiamentos e concessões de crédito para empresas.

    Além disso, Rocha também aponta para as sobre as contas públicas. “O ambiente político não está fácil, a questão fiscal não está simples”, indaga o economista.

    Nos últimos meses, vem crescendo o temor sobre a responsabilidade fiscal do governo, desde que foi alterada a meta de 2025, que foi realocada de um superávit primário para déficit zero.

    O governo também busca equilibrar as contas neste ano, mas a expectativa é que a meta não seja atingida, uma vez que os gastos públicos seguem elevados. Igor Rocha aponta para “manifestações indevidas” do governo.

    A crítica do economista se direciona principalmente a medida provisória que visava compensar a desoneração da folha de pagamentos com a limitação de créditos tributários PIS/Cofins.

    Porém, ele também aponta para uma postura indevida do BC. “Acredito que o Banco Central extrapola suas competências ao fazer muitos comentários sobre a questão fiscal”, afirma Rocha.

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