Japão revisa PIB do 4º trimestre para cima e evita recessão
Dado revisado veio abaixo da expectativa de economistas
A economia do Japão evitou uma recessão técnica, mostraram dados revisados do governo nesta segunda-feira (11), embora a revisão para cima nos dados do quarto trimestre tenha sido mais fraca do que o esperado e tenha destacado preocupações sobre a lenta recuperação econômica.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão expandiu em um ritmo anualizado de 0,4% no período de outubro a dezembro em relação ao trimestre anterior, melhor do que a estimativa inicial de uma contração de 0,4%, de acordo com o Escritório do Gabinete.
No entanto, o resultado ficou abaixo da previsão de economistas de um aumento de 1,1% em uma pesquisa da Reuters.
“A manchete é uma revisão para cima, mas a demanda doméstica continua sem brilho, particularmente no consumo”, disse Saisuke Sakai, economista sênior do Mizuho Research and Technologies.
A revisão para cima veio em meio às crescentes expectativas do mercado de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) poderia abandonar suas taxas de juros negativas já neste mês, alimentadas em parte pelos recentes comentários dos membros da diretoria de que o Japão está se aproximando da meta de inflação de 2% do banco central.
As despesas de capital, que aumentaram 2% em relação ao trimestre anterior, ancoraram a revisão para cima. Elas foram melhores do que a queda preliminar de 0,1%, mas ainda abaixo da previsão do mercado de um aumento de 2,5%.
O consumo privado, que representa cerca de 60% da economia do Japão, caiu 0,3% em outubro-dezembro, um pouco pior do que a queda de 0,2% na estimativa inicial.
Já a demanda externa contribuiu com 0,2 ponto percentual para o PIB real, sem alterações em relação à leitura preliminar.
No atual trimestre janeiro-março, a economia japonesa pode sofrer uma contração após levar em conta a desaceleração da economia chinesa, a interrupção da produção em uma unidade da Toyota Motor Corp e o consumo fraco, disse Sakai.
Apesar dos pontos de fraqueza mostrados nos dados, o BoJ provavelmente abandonará as taxas de juros negativas até o próximo mês, citando uma perspectiva crescente de aumentos salariais nas negociações anuais com os sindicatos trabalhistas, disse Marcel Thieliant, diretor da região Ásia-Pacífico da Capital Economics.
“O Banco do Japão tende a dar mais ênfase ao seu próprio índice de atividade de consumo e não parece estar particularmente preocupado com a recente lentidão na atividade”, disse Thieliant.
O BoJ realizará sua próxima reunião de política monetária 18 e 19 de março.