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    Janet Yellen defende pacote fiscal de Biden e aumento do salário mínimo nos EUA

    Embora tenha defendido a aprovação do pacote de US$ 1 trilhão, Yellen reconheceu que, para aplicá-lo, será preciso aumentar o endividamento do país

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo*

     

    Janet Yellen, indicada por Joe Biden à secretaria do Tesouro dos EUA, discursou no Senado e defendeu o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto na semana passada por Joe Biden. Em um contexto de juros básicos entre 0% a 0,25%, ela disse ser preciso “agir com grandeza” na política fiscal para superar a crise e evitar uma recessão prolongada.

    Embora tenha defendido a aprovação do pacote fiscal de Biden, Janet Yellen reconheceu que, para aplicá-lo, será preciso aumentar o endividamento do país.

    “É essencial pôr o orçamento público em uma trajetória sustentável, mas é preciso oferecer apoio fiscal agora. Responsabilidade fiscal neste momento de crise é oferecer estímulo”, declarou a ex-presidente do Fed.

    A dívida pública norte-americana já bateu 130% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e está em trajetória ascendente, gerando algum desconforto sobre seu financiamento.

    Aumento do salário mínimo 

    A democrata também defendeu o aumento dos salários mínimos para US$ 15 por hora, proposto no pacote de recuperação da crise do próximo governo americano. Segundo Yellen, o aumento não só ajudará os trabalhadores do país, como não deve ter grande impacto sobre o emprego nos EUA.

    Janet Yellen foi a indicada de Biden para a Secretaria do Tesouro

    Janet Yellen, indicada de Joe Biden para a Secretaria do Tesouro

    Foto: REUTERS/Leah Millis

    “Estudos recentes feitos em estados que aumentaram o salário mínimo mostram pouco impacto posterior, se houve algum, sobre o nível de empregos sustentado pela economia”, explicou a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), durante a audiência de confirmação no Senado dos EUA.

    Política externa

    Sobre o valor do dólar norte-americano e de outras moedas, ela disse que os preços devem ser determinados pelos mercados. 

    Yellen afirmou que os Estados Unidos deveriam se opor às tentativas de outros países de manipular artificialmente os valores de moedas para obter vantagens comerciais e acrescentou que ter metas de taxas de câmbio para conquistar vantagens comerciais é “inaceitável”.

    Ela disse que a China claramente é o concorrente estratégico mais importante dos Estados Unidos e destacou a determinação do governo Biden em reprimir o que chamou de “práticas abusivas, injustas e ilegais” do país asiático.

    A ex-presidente do Federal Reserve ainda disse que espera iniciar rapidamente uma revisão da política norte-americana de sanções caso ela e o vice-secretário do Tesouro sejam confirmados em seus cargos.

    Aos membros do Comitê de Finanças do Senado, Yellen afirmou que estará focada em garantir que as sanções sejam utilizadas “de forma estratégica e apropriada”.

    Questionada se repudiará o protecionismo unilateral, Yellen disse acreditar que a melhor maneira de lidar com as práticas desleais de comércio é trabalhar com aliados e concentrar-se diretamente em abusos como roubo de propriedade intelectual e subsídios injustos.

    Questão ambiental

    O combate às mudanças climáticas e os investimentos sustentáveis serão o foco do governo do presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden, disse Yellen.

    “Este é um dos problemas mais críticos que nosso país e o mundo enfrentam, representa uma ameaça existencial. O Tesouro vai cooperar procurando maneiras de direcionar o investimento sustentável”, disse Yellen aos senadores.

    A indicada ainda revelou que Biden apoia a restauração de incentivos fiscais à produção de veículos elétricos.

    O “lado sustentável” do governo eleito nos Estados Unidos, que toma posse amanhã, inclusive, tem o potencial de gerar atritos com o Brasil.

    Durante a campanha, Biden criticou o avanço do desmatamento e de queimadas na Amazônia, gerando críticas do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

    *Com reportagens do Estadão Conteúdo e Reuters 

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