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    Preço do arroz deve perder força e cair nas próximas semanas, diz Conab

    "A decisão de zerar a tarifa externa comum deve criar um novo teto de preços abaixo do patamar atual", disse o diretor-presidente Conab, Guilherme Bastos

    Anna Russi, , do CNN Brasil Business, em Brasília

    O preço do arroz deve cair no médio prazo em decorrência da busca pelo produto importado, afirmou nesta quinta-feira (10) o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos. Com alta de 19,2% no acumulado do ano, o produto é destaque na inflação. 

    “Historicamente, cotações seguem mais altas no segundo semestre por sazonalidade, porém, como o preço interno já ultrapassa a paridade de importação dos principais mercados produtores, é provável que perca sustentação no médio prazo, pois já há intenso movimento das indústrias de beneficiamento na busca pelo produto no mercado internacional”, disse durante apresentação dos resultados do 12º e último levantamento da safra 2019/20.

    A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de zerar a alíquota de importação de uma cota de 400 mil toneladas de arroz até o fim do ano contribui para a provável queda dos preços, segundo Bastos. “Acreditamos que isenção será precificada pelo mercado no curto prazo, e cotações seguirão tendência de estabilidade com tendência de queda nas próximas semanas.”

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    Mesmo com o alívio das cotações, os preços continuaram elevados o suficiente para manter remuneração e margem de lucro dos produtores. “Há ainda uma expectativa de estímulo de alta da área a ser colhida a partir do começo de 2021, invertendo tendência de queda dos últimos anos”, acrescentou. 

    Desde a safra de 2011/12, a área de plantio do produto recuo 30%. O aumento do preço este ano deve facilitar para área plantada cresça 12,1% na próxima safra

    Na safra 2019/20, a produção do arroz avançou 6,7%, totalizando 11,2 milhões de toneladas. Já na próxima safra 2020/21, a expectativa é de uma colheita de 12 milhões de toneladas, com avanço de 7,2%. 

    Para o consumo, a Conab projeta ainda crescimento de 5,1%, puxado pelas refeições mais frequentes dentro de casa neste período de pandemia. 

    A exportação do produto entre março de 2020 e fevereiro de 2021, deve somar 1,5 milhão de toneladas. Já a projeção para a importação é de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva forte de demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado externo.

    Safra recorde de grãos 

    A Conab também divulgou nesta quinta-feira (10) a estimativa da safra brasileira de grãos 2019/20. Segundo a companhia, a expectativa é derecorde de 257,8 milhões de toneladas, uma alta de 4,5% ou 11 milhões de toneladas ante o ciclo anterior. 

    “A evolução do recorde deve-se ao aumento de 4,2% na área plantada, aliado ao ganho de 0,3% na produtividade”, explica a Conab. No entanto, ainda faltam os resultados das culturas de inverno, principalmente referentes ao trigo.

    “As culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale) devem alcançar crescimento de 11,6% na área de cultivo, com destaque para o trigo, que apresenta expansão de 14,1%, situando-se em 2,33 milhões de hectares e, produção, dependendo do comportamento climático, de 6,8 milhões de toneladas”, informa. 

    A produção de soja registra novo recorde, com 124,8 milhões de toneladas e ganho de 4,3% em relação à safra 2018/19. 

    O milho segue linha semelhante, com mais de 102 milhões de toneladas. No entanto, o resultado final para o produto ainda depende das lavouras cultivadas na região de Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia, além de Pernambuco e Roraima. “A participação desses estados é de algo próximo a 1,7% no consolidado nacional. A primeira safra já foi colhida e a segunda está em finalização”, diz a Conab. 

    Outro destaque recorde é a produção de algodão em pluma, com crescimento de 4,2%  acima do período anterior. Resultado de investimentos feitos nessas lavouras e do clima, o produto totalizou 2,93 milhões de toneladas.

    Já no caso do feijão, a estimativa de produção total é de 3,23 milhões de toneladas, com alta de 6,4% ao obtido em 2018/19. “Há uma expectativa de aumento de produção que não se configurou em queda de preços por conta do aumento do consumo nos domicílios, causado pela crise da Covid-19”, destacou Bastos.

    Com Agência Estado

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