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    IPCA-15 terá alta por conta dos preços dos combustíveis e alimentos, aponta FGV

    Especialista estima alta de 1,5% para o mês de abril. Indicador será divulgado nesta quarta-feira (27) pelo IBGE

    Filipe BrasilNathalie Hanna Alpaca*da CNN no Rio de Janeiro

    A projeção feita pelo economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da CNN, mostra que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) deve ter uma alta de 1,5% em abril em comparação com o mês de março deste ano. O indicador oficial será divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O IPCA-15 é o índice de preços referente aos 15 primeiros dias do mês e, por isso, é considerado uma prévia da inflação. À CNN, o economista afirmou que a subida deverá acontecer principalmente pela alta no preço dos preços dos combustíveis e de alimentos. No caso dos derivados do trigo, Braz relaciona a alta à guerra na Ucrânia.

    “Os alimentos devem ficar com inflação bem próxima a 2% ao mês, por causa de fatores como aumento do frete, dos defensivos, do adubo e problemas climáticos. Mas também devemos ver alta nos alimentos processados. Principalmente os derivados do trigo, como farinha de trigo, pão francês, biscoito e macarrão, que vão aparecer em evidência”, afirma o economista.

    Segundo ele, os alimentos in natura, ou seja, os que não são industrializados, como as frutas e os legumes, podem chegar a dois dígitos. De acordo com o economista, as mudanças climáticas são os principais motivos para disparidade nos preços, mas a tendência é que eles diminuam nos próximos meses, já que o verão acabou.

    “A questão climática tem a ver com a época do ano. Na estação mais quente, o excesso de chuva e de calor diminuem a oferta dos produtos e, consequentemente, afetam os preços. Já estamos no outono e quando chegar perto do inverno, a oferta tende a aumentar e o preço deve cair, pelo menos uma parte”, diz.

    O economista da FGV diz ainda que o impacto do valor dos combustíveis também terá grande destaque. Isso porque o período analisado deve evidenciar o auge do aumento da gasolina, etanol e gás de cozinha (GLP), que tiveram o preço reajustado pela Petrobras no dia 11 de março.

    “O aumento no preço dos combustíveis, que ocorreu no mês passado, continuou se estendendo e essa edição e deve pegar o efeito máximo autorizado pela Petrobras. Essa mudança nos valores deve ter um aumento no entorno de 7%, um grande destaque do IPCA-15”, explica.

    Braz ressalta que o frete também deverá aumentar por conta da variação nos valores dos combustíveis, o que vai afetar o preço dos alimentos.

    De acordo com Braz, um dos indicadores que deve contribuir para queda da inflação do mês de abril é o preço da energia. Ele pondera, no entanto, que essa tendência só será identificada no IPCA completo do mês, já que o fim da bandeira de escassez hídrica ocorreu no dia 16 de abril.

    “No final do mês, temos que levar em conta a queda da energia elétrica, porque o governo antecipou o fim da bandeira de escassez hídrica para meados de abril. Em trinta dias, essa queda será cerca de 12%. Uma queda que pode contribuir, de forma positiva, para a inflação deste mês”, observa o especialista.

    *sob supervisão de Helena Vieira

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