Investidor quer que a Disney cancele dividendos para aportar US$ 3 bi no Disney+
Dan Loeb, chefe do fundo de hedge Third Point, escreveu uma carta ao CEO da Disney, Bob Chapek, na quarta-feira (7)
2020 foi um ano terrível para a Disney, com cada um de seus negócios sendo atingidos em sequência por causa da pandemia de coronavírus. O único ponto positivo real para a empresa este ano foi seu novo e crescente serviço de streaming, o Disney+.
Agora, um investidor ativista está pedindo à Disney que invista mais em seu serviço de streaming, transferindo dinheiro de seus acionistas. A maioria dos investidores ativistas pressiona as empresas a devolver mais dinheiro aos acionistas por meio de dividendos e recompras, não menos. Daí a surpresa do anúncio do investidor, pois se distancia dessa visão.
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Dan Loeb, chefe do fundo de hedge Third Point, escreveu uma carta ao CEO da Disney, Bob Chapek, na quarta-feira (7), pedindo à empresa que suspenda permanentemente seus US$ 3 bilhões em pagamentos de dividendos anuais e invista esse dinheiro de volta em seu negócio de streaming.
“Desde sua fundação, a Disney foi definida por sua criatividade, visão ousada e compreensão visionária do futuro do entretenimento”, escreveu Loeb. “Acreditamos que a Disney está embarcando em uma das transições mais importantes de sua história: mudar a distribuição das marcas de entretenimento mais icônicas do mundo da bilheteria para casa”.
Para Loeb, ao realocar o dinheiro, a Disney poderia “mais do que dobrar seu orçamento de conteúdo original Disney+”.
“Estamos confiantes de que a Disney pode construir um negócio direto ao consumidor que excederá significativamente seus atuais fluxos de receita de TV a cabo e bilheteria, mas apenas se a empresa aproveitar esta oportunidade e investir mais agressivamente”, opinou.
A Disney não respondeu a um pedido de entrevista do CNN Business.
Não é nenhuma surpresa que Loeb tenha dito à Disney para concentrar sua atenção no Disney+. O serviço de streaming rapidamente se tornou a joia da coroa da empresa e uma salvação em um ano no qual a pandemia do coronavírus prejudicou o império de mídia.
Na semana passada, a Disney (DIS) anunciou que estava demitindo 28 mil pessoas nos Estados Unidos por causa dos efeitos econômicos da pandemia em seus parques e resorts.
A empresa também teve que atrasar o lançamento de possíveis filmes de grande sucesso, como “Viúva Negra”, da Marvel, até 2021.
Enquanto outras partes da Disney sofrem, o crescimento do Disney+ não desacelerou.
O serviço de streaming, que estreou em novembro passado, agora tem mais de 60 milhões de assinantes. A empresa disse aos investidores no ano passado que projetava que o Disney+ teria de 60 a 90 milhões de assinantes globais até 2024.
A Disney também decidiu usar o Disney+ para lançar “Mulan”, cuja estreia nos cinemas físicos foi adiada várias vezes. A refilmagem em live action do desenho de 1998 custa US$ 29,99 para os assinantes. A Disney não disse quantas pessoas assistiram “Mulan”, que estreou em 4 de setembro.
Após a notícia da carta do investidor ativista, as ações da empresa subiram ligeiramente, cerca de 2%.
Loeb escreveu que a Disney “merece investidores voltados para o crescimento e orientados para o longo prazo”, e ele acredita que o crescimento do novo negócio de streaming é a melhor maneira de alcançá-los. Ele também disse que a Disney tem potencial para se tornar mais significativa do que a Netflix (NFLX) no mercado de streaming.
“Com as capacidades de produção e franquias de sustentação superiores da Disney, acreditamos que a empresa pode exceder a base de assinantes do líder do setor, Netflix, em apenas alguns anos”, escreveu.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).
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