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    Inter prevê redução da Selic para 8,5% em 2024 com queda de inflação e exterior positivo

    Banco projeta manutenção de cortes nos juros de 0,50 ponto percentual até o segundo trimestre do próximo ano

    Banco Inter: empresa passará a oferecer nova modalidade de crédito imobiliário
    Banco Inter: empresa passará a oferecer nova modalidade de crédito imobiliário Foto: Banco Inter/Divulgação

    Marien Ramosda CNN*

    São Paulo

    O Inter atualizou sua expectativa em relação à Selic de redução para 8,5% ao final de 2024 ante 9% da projeção anterior diante da queda da inflação doméstica e melhora do cenário internacional.

    O banco prevê que os cortes de 0,50 ponto percentual (p.p.) continuem até o segundo trimestre do próximo ano em meio à queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esperada em 3,7% ao fim de 2024, e 3,6% em 2025.

    No início de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pelo corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, passando a 11,75% ao ano em sessão unânime entre os nove integrantes que compõem o comitê.

    Conforme o Inter, cenário externo mais benigno e início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) em meados de 2024 também devem permitir a continuidade do afrouxamento monetário no Brasil.

    Mesmo assim, o banco considera o patamar ainda restritivo.

    “Uma interrupção do ciclo de cortes, ou uma redução prematura do ritmo de cortes pode ocorrer caso cenário externo volte a deteriorar ou mudanças na política fiscal tenham impacto no câmbio e nas expectativas de inflação mais longas”, disse o time do banco.

    Câmbio

    O Inter estima cambio em R$ 4,85 para 2024, ante expectativa de R$ 5, com a melhora estrutural no balanço de pagamentos e o cenário externo mais benigno.

    Segundo o banco, a balança comercial deve fechar 2023 com o saldo recorde próximo de US$ 98 bilhões, “impulsionada pelo aumento das exportações agrícolas e de petróleo e derivados”.

    O resultado deve levar o déficit em conta-corrente para próximo de 1,2% do PIB, o menor patamar desde 2017.

    “O saldo deve continuar robusto em 2024, mesmo com estimativa de recuperação das importações e preços de commodities acomodando”, diz o banco.

    Atividade deve seguir em queda

    Após alta de 3% do PIB até o terceiro trimestre deste ano, o banco prevê perda de fôlego para 1,8% em 2024 e leve recuperação de 2% em 2025.

    Segundo o Inter, o resultado deste ano teve participação do consumo, “puxado pela melhora no emprego e renda e pelo aumento das transferências do governo”.

    Já para o ano que vem, o Inter vê perda desta força e crédito mais fraco deve impactar na demanda das famílias.

    “Por outro lado, o investimento, que teve forte queda em 2023, pode recuperar em 2024 com a queda na taxa de juros e melhora no cenário externo”.

    Desafio com fiscal

    O banco continua vendo o resultado fiscal deficitário como principal desafio para o próximo ano.

    “A expansão de gastos deve elevar a despesa/PIB de 18% em 2022 para 19% em 2023 e a meta de zerar o déficit segue bastante desafiadora, uma vez que recompor todo o espaço com aumento de arrecadação tende a ser negativo para a economia, impactando a inflação e desacelerando a atividade”, escreveram os analistas.

    Segundo o Inter, para chegar ao objetivo de zerar o déficit fiscal, o governo deverá prestar atenção ao crescimento dos gastos, “que exigirá um esforço até mesmo para cumprir as regras do novo arcabouço, desenhado pelo próprio governo”.

    Veja também: Puxada pelos transportes, prévia da inflação sobe 0,40% em dezembro

    *Sob supervisão de Gabriel Bosa