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    Informalidade e juros altos impactaram geração de empregos em 2023, diz Luiz Marinho

    Dados do Caged mostram que Brasil teve saldo positivo de 1,48 milhão de vagas com carteira assinada

    Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante cerimônia, em Brasília
    Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante cerimônia, em Brasília 28/08/2023REUTERS/Adriano Machado

    Cristiane Nobertoda CNN*

    Brasília

    O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a informalidade e os juros altos influenciaram diretamente no menor crescimento do trabalho com carteira assinada no país em 2023.

    Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que o Brasil abriu 1,48 milhão de vagas de emprego formal.

    O saldo representa queda de 26,3% em relação ao registrado em 2022, quando o país abriu 2,013 milhões de vagas com carteira assinada.

    O número também é o segundo menor desde 2020, ano da pandemia de covid-19, quando o saldo foi negativo em 191 mil postos de trabalho.

    Em coletiva de imprensa, realizada nesta terça para comentar os resultados do Caged, Marinho afirmou que houve uma rotatividade “extravagante” nos postos de trabalho. Mas que mesmo assim, o número foi “compatível” com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

    “Sempre a contratação e a demissão têm a ver rigorosamente com a economia, ou com algum momento de pico de modernização e novos métodos de trabalho, mas em 2023 não me parece que tenham acontecido esses fenômenos. O PIB foi maior do que disseram que seria, e a geração de emprego está compatível com crescimento do PIB no ano. Pode ter tido outro fenômeno, que é a informalidade, e eventuais contratações informais na agricultura”, disse.

    Marinho também citou que os meses de setembro, outubro e novembro tiveram desempenhos abaixo das projeções dos técnicos da pasta, o que, segundo ele, tem a ver diretamente com o funcionamento da economia do país.

    “A economia não teve o pico de contratação, na magnitude que imaginávamos [nesses meses], e aí tem os juros atuando. É um elemento que influencia no comportamento da economia, apesar do início da queda mês a mês, é insuficiente”, pontuou.

    “Os juros precisam cair mais. O juro brasileiro é um dos maiores do mundo. É um elemento que influencia fortemente”.

    Marinho evitou fazer cravar números para 2024, mas aposta no setor de construção civil para alavancar as contratações este ano. Segundo ele, a expectativa é de menor crescimento dos postos de trabalho, mas é preciso estimular os projetos em andamento.

    Menos projetos para o Congresso

    Ao ser questionado se enviaria projetos de lei para o Congresso Nacional a fim de estimular as contratações, Marinho afirmou que não quer “entupir” os parlamentares de propostas.

    “Quanto menos projetos ao Congresso, melhor é. O governo tem que priorizar projetos para otimizar a produção do Congresso, e não entupir de projetos”, afirmou.

    Segundo ele, este “não é ano de estressar o Congresso”, mas o governo deve “deixar os parlamentares mais tranquilos para fazer a atividade política que lhe é peculiar”.

    Marinho reforçou que para gerar empregos é preciso melhorar o funcionamento da economia.

    “Sempre olhar os dados econômicos é importante, importante observar as áreas que estão sonegando, que possa pagar os impostos devidamente, tudo isso é importante para a economia. E aí cabe também o papel do Congresso, olhando os furos que tem na economia”, frisou.