Inflação nos EUA desacelera em março pelo 9º mês consecutivo, a 0,1%
Preços subiram 5% nos 12 meses encerrados em março, ante 6% em fevereiro
O ritmo de aumento dos preços ao consumidor nos EUA continuou desacelerado em março em relação aos níveis elevados de junho passado: a inflação anual, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, da sigla em inglês), caiu pelo nono mês consecutivo em março, informou o Bureau of Labor Statistics nesta quarta-feira (12).
Os preços subiram 5% nos 12 meses encerrados em março, ante 6% em fevereiro.
Mensalmente, o CPI, que mede as variações de preços ao longo do tempo para uma cesta de bens, subiu 0,1% em relação a fevereiro, em comparação com um aumento anterior de 0,4%.
Os custos de habitação foram o maior contribuinte do ganho mensal, compensando quedas acentuadas nas categorias de energia, segundo o BLS.
E pela primeira vez desde setembro de 2020, os preços dos supermercados caíram mensalmente: o índice de alimentação em casa caiu 0,3% no mês, ajudado pelos preços mais baixos de ovos (que caíram quase 11%) e frutas e legumes (que caíram 1,3%).
Os economistas esperavam um aumento anual de 5,2% e um ganho mensal de 0,2%, segundo a Refinitiv.
Excluindo os componentes frequentemente voláteis de alimentos e energia, o núcleo do índice de preços ao consumidor cresceu 0,4% no mês, resultando em uma taxa de crescimento anual de 5,6%. Em fevereiro, o núcleo do CPI acelerou 0,5% mês a mês e 5,5% ano a ano.
O CPI é um dos principais medidores de inflação que está sendo observado pelo Federal Reserve (Fed), que está no auge de uma campanha de um ano para combater a inflação por meio de aperto monetário e fortes aumentos nas taxas de juros.
Essa luta tornou-se mais complexa em março com o colapso de dois bancos regionais dos EUA, o que causou turbulência no setor financeiro.
O Fed, o Departamento do Tesouro e a Federal Deposit Insurance Corporation intervieram para proteger os depositantes e evitar futuras corridas aos bancos.
No entanto, há expectativas de que a turbulência possa significar um aperto de crédito futuro, o que, por sua vez, pode diminuir a demanda e até mesmo ajudar o Fed em suas metas de combate à inflação. No entanto, também poderia criar mais incerteza sobre uma futura recessão.
“O CPI está olhando para trás e o Fed ainda tem que considerar o quanto de crise de crédito deve ser fatorado na economia”, disse Gina Bolvin, presidente da Bolvin Wealth Management, em um comunicado.
Embora a inflação tenha diminuído desde que atingiu o nível mais alto de décadas no verão passado, o ritmo foi mais lento do que o previsto, pois um mercado de trabalho forte e gastos do consumidor resilientes continuaram a alimentar o crescimento econômico.