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    Inflação na Argentina sobe 211% em 2023, maior patamar em mais de 30 anos

    Novas medidas do país com Milei incluem combater a hiperinflação

    Reuters

    A taxa anual de inflação da Argentina ultrapassou 211% em 2023, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (11), o nível mais alto desde o início da década de 1990, enquanto o novo presidente Javier Milei visa combater a hiperinflação com medidas de austeridade rigorosas.

    A taxa de inflação na base mensal da Argentina atingiu 25,5% em dezembro, um pouco abaixo das previsões, após uma forte desvalorização do peso pelo governo de Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro prometendo colocar a inflação sob controle.

    “Tivemos que eliminar as coisas que tornavam a vida um pouco mais alegre”, disse a aposentada Susana Barrio, de 79 anos, acrescentando que não podia mais convidar os amigos para churrascos. “Aquela alegria que me dava convidar meus amigos para um churrasco, o que é típico aqui, agora é impossível.”

    A leitura da inflação em 2023 fez com que a Argentina ultrapassasse a Venezuela, que por muito tempo foi o ponto fora da curva da América Latina em termos de inflação, onde as pressões inflacionárias diminuíram para uma estimativa de 193% em 2023, após anos de aumentos de preços dolorosos e fora de controle.

    Embora a inflação alta tenha atormentado a Argentina durante anos, a taxa de aumento de preços está agora no nível mais alto desde o início da década de 1990, quando o país estava saindo de um período de hiperinflação, com os preços dos alimentos em alta particularmente rápida.

    O presidente Javier Milei, um libertário que vem de fora do ambiente político e que chegou ao poder graças à raiva dos eleitores com a piora da situação econômica, está procurando empregar medidas de austeridade rígidas para derrubar a inflação, reduzir um déficit fiscal profundo e reconstruir os cofres do governo.

    Mas Milei, que está no cargo há um mês, advertiu que isso levará tempo e que as coisas podem piorar antes de melhorar. Muitos argentinos estão reduzindo os gastos ainda mais, sendo que dois quintos já estão na pobreza.

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