Inflação do Japão se mantém acima da meta do BC e sobe 2,4% em julho
Banco do Japão provavelmente continuará sendo uma exceção na economia global e deve manter condições monetárias ultra frouxas
O núcleo da inflação ao consumidor do Japão acelerou em julho para seu nível mais forte em sete anos e meio, impulsionado pelos preços dos combustíveis e das matérias-primas e piorando o custo de vida das famílias, que ainda não viram ganhos salariais significativos.
Em um sinal de aumento da pressão de preços, o chamado “núcleo do núcleo”, que elimina não apenas o impacto da volatilidade dos alimentos frescos mas também os preços da energia, também aumentou em julho no ritmo anual mais rápido em mais de seis anos.
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui os preços dos alimentos frescos, subiu 2,4% em julho em relação ao ano anterior, em linha com a expectativa do mercado, mostraram dados do governo nesta sexta-feira (19).
Em junho o índice havia avançado 2,2%, e a leitura de julho e marcou o ritmo mais rápido desde dezembro de 2014, excluindo os efeitos do aumento do imposto sobre vendas.
O “núcleo do núcleo” subiu 1,2% em julho em relação a um ano atrás, taxa mais forte desde dezembro de 2015.
Embora a inflação tenha superado sua meta de 2% por quatro meses consecutivos, o Banco do Japão provavelmente continuará sendo uma exceção e deve manter as condições monetárias ultra frouxas com aumentos de preços ainda modestos em comparação com outras grandes economias.
“Os preços dos alimentos e um iene fraco foram os principais responsáveis pela aceleração da inflação”, disse Yoshimasa Maruyama, economista-chefe de mercado da SMBC Nikko Securities, acrescentando esperar que o núcleo da inflação ao consumidor chegue a 3% este ano.